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IML pede recursos e
secretário, seriedade
RODRIGO VERGARA
da Reportagem Local
Um erro no tratamento da principal pista para identificação do
maníaco do parque contrapôs ontem o diretor do IML (Instituto
Médico Legal), Francisco Claro, e
o secretário-adjunto da Segurança
Pública de São Paulo, Luiz Antonio Alves de Souza.
A pista era o exame de DNA no
esperma encontrado no corpo de
uma das mulheres achadas no parque do Estado, Selma Ferreira
Queiroz. O teste, concluído anteontem, fracassou, porque o IML
usou procedimentos inadequados, que inutilizaram o material.
Ontem, o diretor do IML confirmou que o procedimento adotado
era inadequado para o teste de
DNA. Mas disse que a coleta do esperma não foi feita para tal exame,
porque o Estado não tem laboratório para fazer essa análise, nem
dinheiro para comprar o teste para
todos os 12 mil casos que recebe de
violência sexual, por ano.
Além disso, diz ele, quando o
corpo de Selma foi encontrado,
em julho, não haveria elementos
para descobrir que o caso de Selma era "especial".
Segundo Claro, normalmente, o
IML só coleta líquido da vagina,
do reto e da boca de cadáveres
com suspeita de violência sexual
para tentar identificar espermatozóides e confirmar o abuso, o que
acarreta penas mais altas para o
assassino. Com Selma foi assim.
Revolta
O secretário-adjunto da Segurança Pública reagiu às declarações e disse que a falha não ocorreu por falta de dinheiro.
"O procedimento foi feito de
forma inadequada. O erro poderia
ter sido evitado, sem gastar um
centavo a mais. O trabalho não
pode ser tratado como rotina, tem
que ser profissional", disse Luiz
Antonio Alves de Souza.
O secretário defende que alguns
casos tenham tratamento diferente, mas não soube dizer quais seriam os critérios para escolher esses casos.
"O erro foi ter tratado esse caso
como um caso rotineiro. Em determinados casos, pode ser que esse procedimento seja suficiente",
afirmou. "O corpo de uma mulher é encontrado na mata, despido, e há sinais de violência sexual.
Nesse caso, é claro que um exame
mais acurado seria necessário."
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