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CRIME EM ATIBAIA
O procurador-geral de Justiça acusa Igor Ferreira da Silva, que nega o crime, de homicídio e de aborto
Promotor é denunciado por matar mulher
MARCELO GODOY
da Reportagem Local
O promotor Igor Ferreira da Silva, 31, foi denunciado ontem pela
Procuradoria Geral de Justiça sob
as acusações de assassinar a mulher, a advogada Patrícia Aggio
Longo, 27, que estava no sétimo
mês de gravidez, e de provocar o
aborto do feto, ao matá-la com
dois tiros na cabeça.
O crime ocorreu no dia 4 de junho passado, no condomínio
Shangrilá, em Atibaia (65 km ao
norte de São Paulo). Igor diz que é
inocente. Segundo sua versão, um
homem abordou o casal, mandou-o descer da picape, levou Patrícia como refém e a matou.
"O conjunto das provas não
deixa dúvida de ser ele (Igor) o autor deste homicídio", afirmou
ontem o procurador-geral de Justiça Luiz Antonio Marrey, que
apresentou a denúncia ao Órgão
Especial do TJ-SP (Tribunal de
Justiça de São Paulo).
O relator do caso no TJ-SP é o
desembargador Franciulli Neto.
Ele fará um relatório sobre a denúncia para o Órgão Especial, formado pelos 25 desembargadores
mais antigos. Caso aceitem a denúncia, o promotor se torna réu.
A acusação contra Igor é de que
ele matou sua mulher sem lhe dar
chance de defesa, pois, além de armado, ele atirou numa grávida
com dificuldades de locomoção.
Essa condição qualifica o homicídio, tornando-o crime hediondo.
Além de ser denunciado pela
acusação de homicídio, Igor está
sendo acusado de aborto. A combinação das acusações poderá render uma pena mínima de 15 anos
ao promotor, se condenado.
Marrey expôs os indícios achados contra o promotor. Disse que
há depoimentos provando que ele
sacava a arma para ameaçar pessoas e que já havia batido na mulher em público.
Disse também que ele foi desmentido pelo vigia Daniel Francisco Matos. O vigia afirmou ter visto
Igor no interior do condomínio,
vindo da direção em que Patrícia
foi achada morta na picape.
Matos afirmou ainda que Igor
tentou esconder o rosto ao vê-lo.
Ao encontrar o promotor na delegacia, o vigia o reconheceu.
Marrey criticou o fato de Igor
não saber para quem teria vendido
a pistola calibre 380, arma do mesmo calibre da usada no crime.
"Lamento dizer, mas esse tipo
de desculpa vemos em inquéritos
de justiceiros, de grupos de extermínio. É inaceitável um promotor
vender a arma sem recibo."
Mas o Ministério Público não
descobriu qual seria o motivo do
crime. "Isso não atrapalha nossa
convicção de que as provas são necessárias para condená-lo."
Marrey disse que não pediu a decretação da prisão de Igor porque
não existe motivo nesse momento.
Ele afirmou que tentará afastar o
promotor de suas funções ajuizando uma ação de perda do cargo.
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