São Paulo, domingo, 08 de setembro de 2002

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TONINHO DO PT

Família não aceita versão de crime banal

Um ano depois, polícia segue sem saber motivo da morte de prefeito

MÁRIO TONOCCHI
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

A dois dias de completar um ano do assassinato do prefeito de Campinas, Antonio da Costa Santos, a Justiça ainda não sabe qual foi a motivação do crime.
Toninho foi morto com um tiro de pistola 9mm, às 22h15 da noite de 10 de setembro do ano passado, quando saía do shopping Iguatemi, na Vila Brandina.
A Promotoria levou o caso à Justiça indicando a quadrilha do sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, como autora do assassinato.
No entanto, não há até hoje elementos conclusivos que apontem se o prefeito foi morto em uma circunstância banal ou foi vítima de um crime encomendado. O fato enfraquece a denúncia feita pelo Ministério Público, segundo criminalistas.
Na semana passada, Andinho, único dos quatro acusados que não foi morto pela polícia, negou participação no assassinato. Pela versão da promotoria e da polícia, Toninho teria sido assassinado por quatro sequestradores da quadrilha de Andinho, incluindo o líder do bando, em fuga de uma ação frustrada.
Para o ouvidor das polícias de São Paulo, Fermino Fecchio Filho, "a investigação não esclareceu todas as dúvidas". "Enquanto esse caso não ficar claro, a cidade não vai se conformar", disse.
Para o advogado contratado pela família de Toninho para acompanhar o caso, Márcio Thomaz Bastos, a acusação da polícia contra Andinho não deve ser considerada. "Já li todo o inquérito. Para afirmar que o crime foi cometido pelo bando de Andinho é preciso ter muita imaginação. Não se pode concluir um inquérito sem que se tenha a motivação", disse.
A família do prefeito morto não aceita as conclusões da polícia.
Um ponto do processo que ainda não foi esclarecido é a ação de policiais de Campinas em Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, que resultou na morte de dois dos acusados pela morte do prefeito -Anso e Valmirzinho.
O caso é investigado pelo corregedor da Polícia Civil Francisco Gastão Luppi. Há suspeitas de queima de arquivo. "Ainda estamos esperando laudos. Não há prazo para conclusão dos trabalhos", disse o corregedor.



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