|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Parente soube de prisão pela internet
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Foi um neto de 16 anos de Clarisse Gularte que, navegando na
internet, descobriu ter sido o filho
dela o surfista brasileiro que havia
sido preso na Indonésia dias antes, sob acusação de tráfico internacional de drogas.
Até então, relata ela, tinha lido
notas em jornais sobre um "paulista" detido em Jacarta, mas jamais relacionara o caso ao filho.
A avó comprava um celular em
um shopping quando a notícia
chegou até ela. "Desde aquele momento, estou vivendo um pesadelo. Às vezes, sei que é verdade, outras quero que seja pesadelo mesmo. Eu acho que as coisas perderam o sentido, mas tenho de ser
forte por ter de segurar uma família. Tenho minha mãe [de 82 anos,
que mora com ela e já não anda],
os outros dois filhos e os netos."
Clarisse é divorciada do pai dos
três filhos há 17 anos. Não recebe
pensão e mantém a casa com o
aluguel de imóveis em Curitiba.
Foi ela quem levou o filho para o
aeroporto de São José dos Pinhais, o início do vôo que acabaria em prisão cerca de 30 horas
depois, em Jacarta. "Ele não me
pareceu alterado e seria mais uma
das viagens para surfar."
"Rodrigo é um filho que nunca
me deu desgosto ou levantou a
voz para mim. Nunca foi agressivo, sempre muito amoroso e é um
menino bom", diz.
A preocupação agora passa a ser
arrumar dinheiro para bancar a
defesa do rapaz e as viagens à Indonésia. A venda de imóveis será
a alternativa. "Mas não dá para estimar quanto vamos gastar. Não
será pouco. Só uma passagem (de
ida e volta de São Paulo a Jacarta)
custa R$ 6.000", diz ela.
Segundo o advogado contratado em Jacarta, o caso de Rodrigo
terá quatro etapas de julgamento.
Não há previsão sobre a data do
primeiro julgamento, mas não
deve demorar.
Outro brasileiro, Marco Archer
Cardoso Moreira, 42, foi condenado à morte em junho deste ano.
(MT)
Texto Anterior: Fama de Ronaldo ajuda brasileiros Próximo Texto: Condenado recorreu de decisão Índice
|