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Só colocar placa não resolve, diz especialista
Para ex-presidente do Contran, limite
de velocidade deveria ser revisto
Ele diz que, para evitar
acidentes, o ideal seria
instalar radares ao longo de
toda a via, e não apenas
nos trechos mais críticos
DA REPORTAGEM LOCAL
Presidente do Conselho Nacional de Trânsito por 11 anos,
Kazuo Sakamoto acha que tornar obrigatória a colocação de
placas alertando sobre a existência de radares e deixar os
equipamentos visíveis são medidas insuficientes para diminuir o número de acidentes.
"A primeira coisa a se fazer é
rever os limites de velocidade",
disse Sakamoto, que esteve no
comando do Contran nos governos José Sarney, Fernando
Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.
"Hoje não há critérios técnicos para fixar os limites. Assim,
o motorista sente que pode andar mais rápido, mas o limite é
baixo. O cidadão acha que estão
diminuindo a velocidade máxima apenas para multar, o que
leva ao desrespeito", disse.
A segunda mudança que deveria ser feita, na opinião de Sakamoto, é alterar a utilização
dos equipamentos.
Os radares fixos, conhecidos
como pardal, por exemplo, deveriam ser colocados ao longo
de toda a via, e não apenas nos
trechos críticos. "Dessa forma,
não compensaria para o condutor ficar acelerando e desacelerando. Aí, sim, a presença da sinalização desses radares teria
grande impacto."
Já as lombadas eletrônicas
não poderiam ter limite acima
dos 30 km/h. "Esses equipamentos substituem a lombada
convencional. Então como pode o limite chegar a 60 km/h? A
lógica está toda desvirtuada."
Multas e acidentes
Para especialistas, nem sempre a presença de radares significa redução de acidentes. O governo paulista, por exemplo,
ampliou o número de radares
nos 22 mil quilômetros de sua
malha rodoviária e multiplicou
multas, mas os resultados não
melhoraram.
De 2003 a 2004, o número de
aparelhos de controle da velocidade saltou de 79 para 163, e o
de multas, de 754 mil para 1,4
milhão. No entanto, a quantidade de acidentes, feridos e
mortes aumentou 9%, 6% e 4%,
respectivamente.
(FÁBIO TAKAHASHI)
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