DA REPORTAGEM LOCAL

Colocar uma foto na qual insinua um beijo na boca da prima foi a forma que Carla (nome fictício), 15, encontrou para atrair mais visitantes para seu fotolog. Filha da classe média de uma cidade do interior de São Paulo, ela estuda em um colégio particular e tem o patrocínio do pai: é ele quem paga a mensalidade de sua página na internet, o que permite que, em vez de duas fotos por dia, ela possa postar 15.
É isso o que ela faz diariamente, há seis meses. "Adoro me fotografar, mas resolvi ter um fotolog porque todo mundo tem. Não existe menina do colegial que não tenha seu fotolog hoje. É uma questão de necessidade mesmo", conta. "Estou viciada nisso e tiro as fotos sozinha ou com minhas amigas. A gente se diverte muito."
O desejo da estudante é ficar tão famosa a ponto de "poder colocar até foto de cachorro que todo mundo vai querer ver." Enquanto isso, precisa apelar para fotografias mais sensuais, como a que fez com a prima. "As fotos ousadas são só para atrair visitantes. Se não chamar a atenção, ninguém entra na sua página."
Carla já exagerou e teve seu fotolog suspenso por três dias. "Coloquei uma foto de outra garota mexendo na sua parte íntima. Fez muito sucesso, mas levei uma suspensão do administrador do meu fotolog. Depois disso, dei uma maneirada." Seus pais, conta, vêem sua página de vez em quando e nunca reclamaram. "É que eu tiro as fotos ousadas quando sei que eles querem ver."
Já o irmão mais velho, de 19 anos, pega no seu pé. "Ele tem ciúme e reclama das imagens, mas explico que a concorrência está grande", diz.


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