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CRIMES
Francisco Pereira agia igual aos criminosos sexuais comuns
Maníaco do parque não é 'gênio do crime', diz tese da PUC-Campinas
GONZALO NAVARRETE
da Reportagem Local
Tese de mestrado defendida na
PUC de Campinas desmistifica a
imagem de "gênio do crime"
atribuída ao motoboy Francisco
de Assis Pereira, que confessou ser
o maníaco do parque do Estado e
que matou nove mulheres em São
Paulo.
O estudo revela que o motoboy
agia dentro do comportamento
padrão dos criminosos sexuais:
sempre em lugares públicos
(85,6% dos casos) e atacando garotas de 13 a 18 anos.
O motoboy ganhou a fama de
"gênio do crime" depois de cometer uma série de crimes e escapar por 23 dias do cerco da polícia.
Além disso, Pereira foi considerado um criminoso inteligente
porque convencia suas vítimas a
acompanhá-lo até um lugar desconhecido usando apenas a capacidade de persuasão.
"O motoboy não é nada original. Dentro do estudo, encontramos casos de homens que se aproveitam da ingenuidade de garotas
jovens e as atraíam com promessas de carreiras promissoras como
a de modelo", afirmou a defensora do mestrado, Maria de Fátima
Franco dos Santos, supervisora da
cadeira de psicologia forense do
Instituto de Psicologia da
PUC-Campinas.
Ela desenvolveu o estudo "Violência sexual contra a mulher, cometida por agressor desconhecido" em 1993, baseando-se em 83
boletins de ocorrência registrados
em Campinas (a 99 quilômetros de
São Paulo).
O estudo revela que a maioria
das abordagens feitas pelos criminosos aconteceu em lugares públicos, como ruas movimentadas e
pontos de ônibus. A abordagem
inicial também nunca é acompanhada de violência.
Segundo a psicóloga, os agressores adotam essa tática para "mascarar" a intenção da violência.
"Eles puxam conversa e pedem
informações em lugares públicos
justamente para que a vítima nunca desconfie que vai sofrer algum
ataque", disse Maria de Fátima.
"Depois, eles levam as mulheres
para lugares distantes e de difícil
acesso justamente para evitar a
possibilidade de um flagrante."
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