São Paulo, terça-feira, 08 de outubro de 2002

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LEGISLATIVO

Partidos aliados do governo avaliam que comando da Casa deve ser mais independente; vereador do PL é cotado

PT pode perder a presidência da Câmara

DA REPORTAGEM LOCAL

Com as mudanças na bancada do PT na Câmara Municipal, vereadores da base governista pretendem pleitear a presidência da Casa no ano que vem. O nome mais cotado entre os aliados para concorrer ao posto mais alto do Legislativo local é Antônio Carlos Rodrigues, líder do PL.
Para um dos governistas que apóia Rodrigues, mas que preferiu não se identificar, está na hora de a Câmara ter um presidente mais "independente". Além do PL, PMDB e PTB também têm chances de disputar a vaga. "Temos um grupo, não vou tomar posição nenhuma antes de consultá-lo", afirmou Rodrigues.
Sem o atual presidente, José Eduardo Cardozo, que está no posto pelo segundo ano consecutivo, e outros nomes fortes do PT, como o ex-líder do governo José Mentor -um dos principais articuladores da prefeita Marta Suplicy na Câmara- e o presidente do Diretório Municipal do PT, Ítalo Cardoso, não há opções fortes no partido para o cargo.
Entre os petistas "antigos", apenas Carlos Neder e atual o líder do governo, Arselino Tatto, devem permanecer na Casa. Os outros oito vereadores do PT estão em sua primeira legislatura. Mas Tatto talvez não abra mão da liderança pela presidência.
"Não estou sabendo de nenhuma articulação para a presidência, estou preocupado com os projetos da prefeita. Eu defendo que a presidência tem que ficar com a maior bancada da Câmara, que é o PT. Como líder, devo me preocupar com a reeleição de Marta."

Trator
A eleição de José Mentor para deputado federal deixará a prefeita sem seu principal escudeiro na Câmara. Apelidado de "trator", Mentor conseguiu aprovar os principais projetos do Executivo nos dois primeiros anos de governo. Tido com um forte articulador, ele obteve apoio para aprovar projetos polêmicos como o Plano Diretor e as subprefeituras.
Com a sua saída, Tatto deve ganhar força na Câmara. Dos 7 novatos, 6 são ligados ao governo. A exceção é Odilon Guedes, que deve aliar-se a Neder e Nabil Bonduki, vereadores que não apóiam incondicionalmente o governo.
"Vou ter uma bancada muito boa, que vai substituir à altura os companheiros que estão aí. Essas pessoas que virão são da mais alta confiança e da mais alta qualidade, são militantes históricos do partido", disse Tatto.
O próximo presidente da Câmara será eleito em dezembro e assume o posto no ano que vem. De herança, ele receberá de Cardozo a conclusão da reforma administrativa da Casa, principal bandeira do petista.


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