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Federais cogitam plano B se Enem fracassar
Universidades de Lavras (MG) e rural de Pernambuco dizem que pensarão em processo seletivo próprio caso haja novo problema
Ambas trocaram seus vestibulares pelo exame; associação de reitores pediu a ministro "atenção" às 14 federais que usam só Enem
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Reitores de universidades federais já discutem a possibilidade de um plano B caso o
Enem, remarcado para dezembro, não dê certo.
Segundo a Folha apurou, a
preocupação maior da Andifes
(associação dos dirigentes das
universidades federais) são as
14 federais que adotaram o
Enem integralmente em substituição ao vestibular próprio.
Em conversa com o ministro
Fernando Haddad (Educação),
a associação pediu "atenção especial" a essas instituições -há
outras 31 federais que usarão
de algum modo o Enem.
O principal temor da Andifes
é que, se algo der errado, as federais que usam só o Enem fiquem sem possibilidade de fazer processo seletivo próprio.
Ao menos uma universidade
conduziu discussões nesse sentido -a Ufla (federal de Lavras,
em Minas Gerais). Com conceito 5 -o mais alto- no IGC
(avaliação de universidades feita pelo Ministério da Educação), a federal teme "correr riscos" se o Enem naufragar.
"Claro que a gente imagina
que tudo dará certo. A posição
da universidade é manter ainda
o sistema unificado. Mas, se
houver problema [no Enem],
precisamos ter opção. Temos
que prever uma situação alternativa", disse ontem João
Chrysostomo, pró-reitor de
graduação da Ufla.
Entre as possibilidades, disse
Chrysostomo, está fazer um
vestibular convencional, como
em anos anteriores. Mas ele
ressalvou que eventuais alterações serão submetidas antes ao
Ministério da Educação. Haverá uma reunião na semana que
vem com o MEC, de acordo
com a universidade, em que o
tema será abordado.
"Vamos articular em conversação com o MEC que precisamos de alguma saída caso ocorra um problema. Mas não faremos isso de maneira isolada."
A Ufla planeja oferecer 1.280
vagas em 2010 pelo Enem, 480
delas no primeiro semestre.
Alternativa
Também com seleção 100%
feita pelo Enem, a federal rural
de Pernambuco tem opinião
semelhante. "Estamos trabalhando com a possibilidade de
que nada mais vai dar errado.
Mas é lógico que, se alguma coisa der errado, teremos que pensar em uma alternativa, em um
processo seletivo próprio", diz
Maria José de Sena, pró-reitora
de ensino e graduação. "As universidades têm capacidade de
fazer isso, caso necessário."
A Folha falou com outras sete federais que aderiram integralmente ao sistema único.
Elas disseram que não consideraram a possibilidade de fazer
seu processo seletivo sem o
Enem. A reportagem não conseguiu falar com os representantes das demais universidades federais.
Colaboraram TALITA BEDINELLI e AFONSO
BENITES , da Reportagem Local
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