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TRANSPORTE
Motoristas podem fazer protesto para cobrar intervenção da prefeitura; paralisação prejudicou 450 mil
Ônibus entram no terceiro dia de greve
FREE-LANCE PARA A FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Motoristas e cobradores de ônibus entram hoje no terceiro dia de
greve em seis empresas que operam o sistema em São Paulo.
Ontem, 450 mil passageiros foram prejudicados e a cidade registrou o quarto maior índice de
congestionamento deste ano no
período da manhã.
Em assembléia no início da noite, a categoria manteve a paralisação nas viações que ainda não pagaram os salários atrasados.
Eles também decidiram fazer
um protesto hoje de manhã em
frente ao Palácio das Indústrias. A
idéia inicial era exigir uma intervenção do prefeito Celso Pitta
(PTN) para terem suas reivindicações atendidas.
A definição sobre esse "cerco à
prefeitura", porém, só deve sair
após as 6h, quando os trabalhadores se concentram nas garagens.
Ontem à noite, depois da decisão da categoria, a SPTrans convocou o presidente do Sindicato
dos Condutores de São Paulo,
Gregório Poço, para uma reunião
com as empresas, às 11h de hoje.
"Eu não posso contrariar a posição da assembléia. Por isso vou
comunicar as garagens sobre a
proposta da SPTrans. Se eles
acharem melhor, podem suspender o protesto", afirmou Poço.
Além dos salários atrasados, os
condutores protestam contra as
demissões, as condições de segurança no trabalho e as propostas
de parcelamento do 13º salário.
No próximo dia 20, está prevista
uma paralisação em todas as 53
empresas de ônibus de São Paulo,
caso não haja resposta dos patrões a esses pedidos.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) só vai decidir
hoje de manhã se o rodízio de veículos será suspenso pelo terceiro
dia consecutivo.
Ontem, às 9h, a cidade teve 130
km de lentidão. O maior congestionamento deste ano pela manhã, de 151 km, aconteceu no dia
27 de janeiro, quando houve queda na rede de trólebus.
A zona leste foi a mais prejudicada no terceiro dia de greve. Os
condutores chegaram a parar em
sete empresas: Brasil Luxo (zona
norte), Vila Rica e Esmeralda (zona sul), Vitória, Vila Formosa,
Iguatemi e São Judas (zona leste).
No início da tarde, os funcionários da Brasil Luxo voltaram ao
trabalho, após entrarem em acordo com a viação.
A estimativa da SPTrans é que
1.240 ônibus deixaram de circular. Segundo o sindicato, 7.000
dos 60 mil condutores não trabalharam. Diferentemente do que
aconteceu anteontem, não houve
paralisação nos terminais.
Metrô
Os metroviários também estão
ameaçando parar a linha leste-oeste no final da semana. Eles
marcaram assembléia amanhã
para definir as formas de protesto
contra a demissão de cinco funcionários da estação Barra Funda.
(MELISSA DINIZ e ALENCAR IZIDORO)
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