São Paulo, quarta-feira, 08 de novembro de 2000

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TRANSPORTE
Motoristas podem fazer protesto para cobrar intervenção da prefeitura; paralisação prejudicou 450 mil
Ônibus entram no terceiro dia de greve

FREE-LANCE PARA A FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Motoristas e cobradores de ônibus entram hoje no terceiro dia de greve em seis empresas que operam o sistema em São Paulo.
Ontem, 450 mil passageiros foram prejudicados e a cidade registrou o quarto maior índice de congestionamento deste ano no período da manhã.
Em assembléia no início da noite, a categoria manteve a paralisação nas viações que ainda não pagaram os salários atrasados.
Eles também decidiram fazer um protesto hoje de manhã em frente ao Palácio das Indústrias. A idéia inicial era exigir uma intervenção do prefeito Celso Pitta (PTN) para terem suas reivindicações atendidas.
A definição sobre esse "cerco à prefeitura", porém, só deve sair após as 6h, quando os trabalhadores se concentram nas garagens.
Ontem à noite, depois da decisão da categoria, a SPTrans convocou o presidente do Sindicato dos Condutores de São Paulo, Gregório Poço, para uma reunião com as empresas, às 11h de hoje.
"Eu não posso contrariar a posição da assembléia. Por isso vou comunicar as garagens sobre a proposta da SPTrans. Se eles acharem melhor, podem suspender o protesto", afirmou Poço.
Além dos salários atrasados, os condutores protestam contra as demissões, as condições de segurança no trabalho e as propostas de parcelamento do 13º salário.
No próximo dia 20, está prevista uma paralisação em todas as 53 empresas de ônibus de São Paulo, caso não haja resposta dos patrões a esses pedidos.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) só vai decidir hoje de manhã se o rodízio de veículos será suspenso pelo terceiro dia consecutivo.
Ontem, às 9h, a cidade teve 130 km de lentidão. O maior congestionamento deste ano pela manhã, de 151 km, aconteceu no dia 27 de janeiro, quando houve queda na rede de trólebus.
A zona leste foi a mais prejudicada no terceiro dia de greve. Os condutores chegaram a parar em sete empresas: Brasil Luxo (zona norte), Vila Rica e Esmeralda (zona sul), Vitória, Vila Formosa, Iguatemi e São Judas (zona leste).
No início da tarde, os funcionários da Brasil Luxo voltaram ao trabalho, após entrarem em acordo com a viação.
A estimativa da SPTrans é que 1.240 ônibus deixaram de circular. Segundo o sindicato, 7.000 dos 60 mil condutores não trabalharam. Diferentemente do que aconteceu anteontem, não houve paralisação nos terminais.

Metrô
Os metroviários também estão ameaçando parar a linha leste-oeste no final da semana. Eles marcaram assembléia amanhã para definir as formas de protesto contra a demissão de cinco funcionários da estação Barra Funda. (MELISSA DINIZ e ALENCAR IZIDORO)



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