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Promotores encontram supostos instrumentos de tortura na Febem
DAGUITO RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL
Os promotores Wilson Tafner,
Ebenezer Soares e Sueli Riviera
encontraram na tarde de ontem
cerca de 30 instrumentos que podem ter sido utilizados em agressões contra internos da Febem de
Franco da Rocha (Grande São
Paulo). Pernas de mesa, canos,
porretes, pedaços de ferro encapados com fita crepe e até um cassetete da Polícia Militar estavam
escondidos dentro de sacos de lixo no almoxarifado da unidade.
Antonio Gilberto da Silva, presidente do sindicato dos funcionários da Febem, disse que os objetos encontrados são restos de mesas e cadeiras quebradas, e não
instrumentos de tortura.
Silva disse que vai encaminhar
hoje um pedido para que um promotor acompanhe diariamente o
trabalho dos funcionários. Caso o
pedido não seja atendido, eles
abandonarão seus postos na manhã de segunda.
"Encontramos pernas de mesas,
mas só o cassetete da PM comprova que não eram apenas restos
de móveis", disse Soares.
A inspeção de ontem ocorreu
após a denúncia feita na segunda-feira ao Ministério Público Estadual por cerca de 40 mães de internos que reclamaram de supostas agressões sofridas por elas e
pelos filhos no último sábado.
Segundo elas, a violência partiu
dos monitores após os internos
das unidades 30 e 31 decidirem
contar aos pais as torturas de que
estariam sendo vítimas.
Outro lado
A Febem informou em nota oficial que uma sindicância foi aberta ontem e que funcionários e
adolescentes serão ouvidos. De
acordo com a nota, neste ano 600
funcionários já foram dispensados por inadequação funcional.
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