São Paulo, sexta-feira, 08 de novembro de 2002

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Promotores encontram supostos instrumentos de tortura na Febem

DAGUITO RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

Os promotores Wilson Tafner, Ebenezer Soares e Sueli Riviera encontraram na tarde de ontem cerca de 30 instrumentos que podem ter sido utilizados em agressões contra internos da Febem de Franco da Rocha (Grande São Paulo). Pernas de mesa, canos, porretes, pedaços de ferro encapados com fita crepe e até um cassetete da Polícia Militar estavam escondidos dentro de sacos de lixo no almoxarifado da unidade.
Antonio Gilberto da Silva, presidente do sindicato dos funcionários da Febem, disse que os objetos encontrados são restos de mesas e cadeiras quebradas, e não instrumentos de tortura.
Silva disse que vai encaminhar hoje um pedido para que um promotor acompanhe diariamente o trabalho dos funcionários. Caso o pedido não seja atendido, eles abandonarão seus postos na manhã de segunda.
"Encontramos pernas de mesas, mas só o cassetete da PM comprova que não eram apenas restos de móveis", disse Soares.
A inspeção de ontem ocorreu após a denúncia feita na segunda-feira ao Ministério Público Estadual por cerca de 40 mães de internos que reclamaram de supostas agressões sofridas por elas e pelos filhos no último sábado.
Segundo elas, a violência partiu dos monitores após os internos das unidades 30 e 31 decidirem contar aos pais as torturas de que estariam sendo vítimas.

Outro lado
A Febem informou em nota oficial que uma sindicância foi aberta ontem e que funcionários e adolescentes serão ouvidos. De acordo com a nota, neste ano 600 funcionários já foram dispensados por inadequação funcional.


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