São Paulo, domingo, 08 de novembro de 2009

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ACÁCIO GIL BORSOI
(1924-2009)


Um arquiteto preocupado com o lado social

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

A ditadura militar prendeu Acácio Gil Borsoi, e ele nem militância política tinha. Para o regime, não importava: além de trabalhar para o governo Miguel Arraes em PE, ele havia ido a um congresso de arquitetos em Cuba.
Foi obrigado a passar alguns dias na cadeia até perceberem que não era perigoso. Uma coisa, porém, Acácio nunca escondeu de ninguém: sua preocupação social.
Em 1963, quando dirigiu a Liga Social Contra o Mocambo, em PE, ganhou prêmio internacional pelo projeto de habitação popular que tocou e que previa a construção de casas de taipas com mão de obra das famílias atendidas.
Diz o filho Marco Antônio, também arquiteto, que para o pai não adiantava só dar casa às pessoas: era preciso criar o senso de comunidade.
Mesmo após a iniciativa ter sido dissolvida pelos militares, Acácio continuou trabalhando com habitações populares. Nos anos 80, pelo BNH (Banco Nacional da Habitação), fez mais de 30 mil casas no Nordeste e Rio.
Expoente do modernismo e nascido no Rio, foi responsável pelas Assembleias Legislativas do PI e do MA, entre outras obras. Deu aulas na Escola de Belas Artes de PE e ajudou a reformular o curso de arquitetura no Estado.
Em 2005, recebeu homenagem do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil). Foi casado com a arquiteta Janete Costa, morta ano passado de câncer, mesma doença que o matou quarta, aos 85. Deixa filhos, netos e bisnetos.

coluna.obituario@uol.com.br


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