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ACÁCIO GIL BORSOI
(1924-2009)
Um arquiteto preocupado com o lado social
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
A ditadura militar prendeu
Acácio Gil Borsoi, e ele nem
militância política tinha. Para o regime, não importava:
além de trabalhar para o governo Miguel Arraes em PE,
ele havia ido a um congresso
de arquitetos em Cuba.
Foi obrigado a passar alguns dias na cadeia até perceberem que não era perigoso. Uma coisa, porém, Acácio
nunca escondeu de ninguém:
sua preocupação social.
Em 1963, quando dirigiu a
Liga Social Contra o Mocambo, em PE, ganhou prêmio
internacional pelo projeto de
habitação popular que tocou
e que previa a construção de
casas de taipas com mão de
obra das famílias atendidas.
Diz o filho Marco Antônio,
também arquiteto, que para
o pai não adiantava só dar casa às pessoas: era preciso
criar o senso de comunidade.
Mesmo após a iniciativa
ter sido dissolvida pelos militares, Acácio continuou trabalhando com habitações
populares. Nos anos 80, pelo
BNH (Banco Nacional da
Habitação), fez mais de 30
mil casas no Nordeste e Rio.
Expoente do modernismo
e nascido no Rio, foi responsável pelas Assembleias Legislativas do PI e do MA, entre outras obras. Deu aulas
na Escola de Belas Artes de
PE e ajudou a reformular o
curso de arquitetura no Estado.
Em 2005, recebeu homenagem do IAB (Instituto de
Arquitetos do Brasil). Foi casado com a arquiteta Janete
Costa, morta ano passado de
câncer, mesma doença que o
matou quarta, aos 85. Deixa
filhos, netos e bisnetos.
coluna.obituario@uol.com.br
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