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Falta de espaço atrapalha prova de matemática
DE SÃO PAULO
No segundo dia de Enem,
quem não se beneficiou pela
liberação do lápis teve problemas em encontrar espaço
para resolver as 45 questões
da prova de matemática.
Como já havia ocorrido no
sábado, alunos não tiveram
grandes dificuldades para
usar lápis, borracha ou relógio, apesar de a proibição oficial ter sido mantida.
Para Gregório Krikorian,
professor de matemática do
Objetivo, quem não pôde reaproveitar o parco espaço
usando lápis e borracha pode ter sido prejudicado.
"Embora muitas questões
fossem conceituais, faltou
rascunho", avalia Eduardo
Izidoro, professor do Cursinho da Poli, para quem a prova teve nível mediano.
"Tive que usar o espaço do
rascunho da redação para fazer as contas de matemática.
Já a redação, fiz na carteira",
conta Beatriz Santos, 17.
O tema desenvolvido na
carteira, sobre o trabalho na
construção da dignidade,
não deve ter trazido surpresas aos alunos, dizem professores ouvidos pela Folha.
"É um tema concreto, ligado ao cotidiano", diz Eclícia
Pereira, do Cursinho da Poli.
Célio Tasinafo, diretor do
Oficina do Estudante lembra
que propostas parecidas já
apareceram nos vestibulares
da Unesp, da Unifesp e da
Fuvest. "O tema foi explorado inclusive pelo próprio
Enem, na prova de 2005."
Na prova de linguagens e
códigos, a exigência ficou
mesmo para a interpretação
de texto. "Sentimos falta de
questões de literatura, e gramática também ficou de fora", diz Cristiane Bastos, professora do Cursinho da Poli.
Para Nelson Dutra, do Objetivo, os enunciados não estavam curtos, conforme prometido pelo MEC, e algumas
questões eram exigentes.
"Na questão sobre o Impressionismo, o aluno tinha que
saber técnica de pintura."
Além de questões sobre artes, a prova de linguagens
contou com perguntas que
trabalhavam a questão do
corpo, da dança e do esporte.
Em língua estrangeira,
que estreou nesta edição,
houve predomínio de compreensão de texto em inglês e
em espanhol. Mas, entre alunos que não tinham conhecimento prévio, se deu melhor
quem optou por espanhol.
"Para quem nada sabia de
língua nenhuma, o portunhol ajudou", diz Alcinéa
Trinchão, professora de espanhol do Cursinho da Poli.
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