São Paulo, terça-feira, 08 de novembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

ALICE CALDEIRA BRAGA (1909-2011)

A acolhedora 'Alice Braga Briga'

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Apesar de ter vivido em São Paulo desde 1952, Alice Caldeira Braga nunca se desligou de Santos, sua cidade. Gostava tanto de lá que bastava o sapato estragar para ir arrumá-lo no litoral, onde tem "o melhor sapateiro".
O pai, Carlos Caldeira, despachante, ajudou a construir as arquibancadas de concreto da Vila Belmiro. Na época da campanha para arrecadar fundos para o estádio, Alice até ganhou uma agulha de prata após vencer uma corrida equilibrando uma batata numa colher. A família vai oferecer a peça ao clube, para seu centenário em 2012.
O irmão, o empresário Carlos Caldeira Filho (1913-1993), que foi acionista da empresa Folha da Manhã S/A, que edita esta Folha, chegou inclusive a ser prefeito de Santos. Quando moça, Alice estudou no Sion, na capital, e depois voltou a Santos, onde conheceu o marido, o engenheiro José Braga, funcionário da estrada de ferro Sorocabana.
Numa família em que as mulheres sempre mandaram, fez o marido ser santista. Típica dona de casa do início do século passado, como é descrita pela família, costurava e cozinhava. Adorava palavras cruzadas e vivia ligando para os netos para que eles a ajudassem nas respostas.
Era mandona e muitas vezes briguenta, o que a fazia ser chamada de Alice Braga Briga. Mas era também acolhedora e fazia tudo o que os netos queriam. Quando eles fizeram 15 anos, deu a cada um uma assinatura da Folha. Esteve lúcida até o fim -a família dizia que a "caldeira dela era muito forte". Morreu ontem, aos 101, de complicações de saúde. Teve três filhos, 11 netos e dez bisnetos.

coluna.obituario@uol.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Apenas 46% dos universitários do país se formam em quatro anos
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.