São Paulo, domingo, 08 de dezembro de 2002

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ÚLTIMA CHANCE

Estudantes com nota baixa precisam aprender a se organizar para não perder o ano, dizem educadores

Recuperação exige que aluno saiba estudar

ARMANDO PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se o aluno chegou ao fim do ano e descobriu que vai ficar de recuperação, a recomendação de educadores não é só estudar. Ele vai ter é de aprender a aprender.
Na opinião de especialistas, esse é um dos grandes nós do desempenho escolar. Os alunos que vão mal geralmente não têm método para absorver conhecimentos.
Pais e estudantes devem concentrar-se agora em tentar escapar da reprovação (veja quadro ao lado). Bem-sucedidos ou não, logo depois do sufoco do fim do ano devem planejar como estudar em 2003 para não passar por tudo isso de novo.
A primeira providência é procurar o professor e o orientador educacional da escola para avaliar os pontos fracos do aluno e estabelecer um plano de estudos.
A recomendação é da professora Marisa Taniguti, diretora da escola Mariza, de aulas particulares, em São Paulo, que diz atender a 2.000 alunos por ano e está no ramo há 30 anos.
O roteiro deve ter orientações claras sobre como aprender em cada disciplina, concentrando-se nos pontos principais. A essa altura, não dá para estudar todo o programa do curso.
Organizar-se nessa etapa é fundamental. Não adianta ficar trancado três horas no quarto se não souber como estudar.
"Os alunos precisam aprender a aprender, a fazer anotações em classe, a rever matérias, a se organizar e a ter disciplina acadêmica", diz a professora Taniguti.
"Para aprender matemática, é preciso fazer exercícios, não adianta ler. Para estudar história, tem de grifar trechos, reler", afirma Mariluce Lourenço, diretora do ensino fundamental do colégio Augusto Laranja (unidade Moema, zona sul de São Paulo).
Os educadores recomendam estudar até duas horas por dia em casa. Para relaxar, os alunos devem fazer esporte ou dança.
Mas não se pode exagerar na agenda extracurricular, como é comum acontecer na classe média. Isso atrapalha a dedicação ao estudo. Para Taniguti, além das aulas, o ideal seria frequentar no máximo um curso de línguas e uma academia de esporte.

Contra o tempo
É difícil fazer uma recuperação concentrada. "Há disciplinas, como física, que são "homeopáticas". O aprendizado é sequencial", afirma Lourenço, para ressaltar os obstáculos de quem ficou para trás no estudo.
O psicoterapeuta Leo Fraiman, mestre em psicologia escolar pela USP e professor no colégio Guilherme Dumont Villares, em São Paulo, aposta na capacidade de aprendizagem do adolescente.
"Por causa disso, não se pode desistir. Há alunos que, em 15 dias, recuperam o ano inteiro."
Estudantes da rede pública também são atendidos por programas especiais nesta época. Pais com dúvidas podem procurar os coordenadores pedagógicos, diz José Alves, diretor de orientação técnica da Secretaria da Educação da cidade de São Paulo.


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