São Paulo, domingo, 08 de dezembro de 2002

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PANORÂMICA

VIOLÊNCIA

Inquérito da PM do Paraná responsabiliza 2 soldados por morte e tortura

A Polícia Militar do Paraná encaminhou na sexta à Auditoria Militar o resultado de um IPM (Inquérito Policial Militar) em que dois policiais são apontados como responsáveis pelo assassinato de um adolescente e pela tortura de outro, em Curitiba.
O IPM concluiu que o cabo Afonso Odair Konkel, 26, e o soltado Nilton Hasse, 35, foram os responsáveis pela morte de Anderson Froese de Oliveira, 18, com um tiro na cabeça, e torturaram outro garoto, de 17 anos, para que ele não revelasse as circunstâncias da morte do amigo.
Os crimes aconteceram na madrugada de 2 de novembro. Pichadores de muros, Anderson, o amigo e outros garotos teriam sido confundidos com assaltantes de um restaurante, que os PMs procuravam prender no bairro Parolim, periferia de Curitiba. Abordados de forma violenta, eles teriam tentado fugir, voltaram a ser interceptados, até Anderson ser atingido e morto.
Agora, o juiz militar que acompanhar o caso vai decidir se considera terem os policiais praticado homicídio doloso (intencional). Nesse caso, Konkel e Hasse devem responder a julgamento na Justiça comum, indo a júri popular, como determina a legislação.
No IPM, os dois policiais também são acusados de forjar provas para encobrir o crime. Konkel e Hasse teriam arrumado uma arma e dela disparado contra o carro da polícia para simular reação de Anderson à abordagem policial. Nos depoimentos dados no inquérito, os dois afirmaram que o rapaz estava armado e reagiu à prisão.
O inquérito descartou isso. "Os laudos mostraram que a vítima não utilizou arma de fogo e que o tiro que a matou foi dado com a arma encostada em sua nuca", disse o presidente do IPM, tenente Wellenton Selmer.
O atirador seria o soldado Hasse. Outros policiais que participaram da operação foram eximidos de culpa. Os acusados estão presos no Batalhão de Polícia de Guarda desde 7 de novembro, quando começou o IPM. A Agência Folha não conseguiu falar com o advogado Peter Amaro de Souza, que defende os dois. (DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA)


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