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Represas poderão ter de liberar água, diz Serra a prefeitos
Superintendente da Sabesp afirma que duas represas podem passar a descarregar água "em questão de dias"
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo,
José Serra (PSDB), reuniu ontem representantes de 16 municípios para alertar para o risco iminente de inundação no
entorno de quatro represas do
sistema Cantareira. Com as
chuvas constantes dos últimos
dias, três delas já estão no limite máximo de operação.
"Foram aqui chamados os
municípios potencialmente
com problemas. Temos que estar prontos para isso", discursou Serra. Também convocado,
o prefeito de Amparo não participou da audiência.
Superintendente da Sabesp,
Hélio Luiz Castro avisou que,
mantido o ritmo atual das chuvas, duas das três represas em
nível máximo -dos rios Cachoeira e Atibainha- passarão
a descarregar água "em questão
de dias", já a partir da semana
que vem.
Chamando as cidades de "potencialmente inundáveis", Serra propôs a adoção de medidas
preventivas como a remoção de
moradores de áreas de risco.
O secretário da Habitação,
Lair Krähenbühl, anunciou um
programa emergencial, com vigência de três meses, para concessão de auxílio-moradia de
R$ 300 mensais para moradores transferidos de bairros passíveis de inundações, além de
financiamento de até R$ 30 mil
para reformas de casas atingidas pelas enchentes.
Ao discursar, Serra disse que
há "a expectativa de que o governo federal libere cotas do
FGTS" para reformas. Mas ressaltou: "É preciso não exagerar
o que isso representa. O teto é
de R$ 4.600 e está longe de poder recuperar residências gravemente abaladas pelas águas".
Ameaça à estrutura
Afirmando que o volume de
chuvas na região é 130% maior
do que o histórico, Serra explicou que as represas "não podem deixar de abrir as comportas quando chegam no nível de
altura". "Nesse caso, estariam
ameaçando sua estrutura."
Questionado sobre assoreamento de rios da região, reagiu:
"Grande parte da responsabilidade pelo assoreamento é das
prefeituras, prefeituras como
pessoas jurídicas, e que não cuidam [dos rios]. Na hora do prejuízo, correm para o Estado".
O governador reclamou publicamente da ausência do prefeito de Amparo, cidade administrada pelo PT. "É injustificável que, no momento em que a
gente vem aqui prestar auxílio,
o prefeito vire as costas para isso", disse, acrescentando esperar que não haja "motivação
política" para a ausência.
Além de Bragança Paulista,
sede da reunião, foram à audiência representantes de Itatiba, Joanópolis, Morungaba,
Pinhalzinho, Piracaia, Vargem,
Caieiras, Franco da Rocha, Igaratá, Salesópolis, Biritiba-Mirim, Tuiuti, Pedra Bela, Nazaré
Paulista e Águas de Lindoia.
Serra prometeu "recursos,
máquinas, cestas básicas, remédios e obras de emergência".
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