São Paulo, domingo, 09 de janeiro de 2011

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Sem combate, inseto faz a festa no litoral

Prefeitura de São Sebastião não consegue dedetizar maior parte das praias e borrachudos se alastram

Estão desprotegidas, entre outras, Paúba, Maresias, Camburi, Juqueí, Barra do Una, Barra do Sahy e Baleia


Eduardo Anizelli/Folhapress
Os turistas André Lazzari e Flávia Dauria tentam manter mosquitos longe da pele usando repelente na praia de Maresias

RICARDO GALLO
ENVIADO ESPECIAL AO LITORAL

As praias de São Sebastião, onde picadas de mosquitos não costumam dar trégua, estão ainda mais vulneráveis aos insetos neste ano.
Desde o início do verão, a cidade do litoral norte paulista aplicou inseticida antiborrachudo em apenas uma das 20 praias da sua costa sul.
Estão desprotegidas, entre outras, Paúba, Maresias, Camburi, Juqueí, Barra do Una, Barra do Sahy e Baleia.
O casal de arquitetos André Lazzari e Flávia Dauria, ambos de 27 anos, está em Maresias desde o fim do ano.
Anteontem, ela exibia o braço esquerdo inchado; ele, a perna esquerda vermelha.
O pior, dizem, é a coceira. Esfregar a picada leva à irritação, à dor e à inflamação.
Os borrachudos costumam atacar principalmente de manhã e no final da tarde.
A estudante Carolina Gugelmin, 18, recém-chegada de Ribeirão Preto, no interior, já estava com a perna marcada anteontem. "Não sabia que aqui era assim."
Resta ao turista comprar repelentes para evitar o transtorno de sair todo picado da praia. Só que à beira mar o produto é mais caro.
Um spray de 100 ml de repelente custa R$ 11,60 em Maresias; em São Paulo, chega-se a encontrá-lo por R$ 9, quase 30% mais em conta.
A invasão de borrachudos tem uma explicação prosaica: em novembro, uma das duas Kombis que levam os 16 agentes anti-inseto quebrou.
Assim, a que restou só pode levar oito funcionários de uma vez -e o ritmo de trabalho foi reduzido à metade.
O carro foi para o conserto, de onde deve voltar até o final do mês, diz Lidiomar Oliveira, diretora de Vigilância em Saúde local, pois as peças só chegaram em dezembro.
Só a parte norte de São Sebastião, portanto, foi dedetizada. A meta é cobrir toda a costa nos "próximos meses".
Para funcionar, o inseticida precisa ser posto nas nascentes de cachoeiras a cada 15 dias, segundo a Secretaria de Estado de Saúde, que fornece o produto a prefeituras.
Em São Sebastião, com as duas Kombis em ordem, o serviço leva três meses. A cidade tem 107 km de orla, a maior do litoral norte de SP.
O calor e a chuva favorecem a proliferação de borrachudos. São Sebastião foi a cidade do litoral onde mais choveu na semana passada.

PERNILONGOS
Se de dia o borrachudo incomoda, à noite é a vez do pernilongo, e seu zumbido irritante, atazanar os turistas.
A exemplo dos borrachudos, a prefeitura também enfrenta problemas para sanar o problema: falta inseticida para dar conta dos insetos.
Comprado em novembro, o estoque de 2011 ainda não chegou porque o fornecedor entrou em recesso no fim do ano. O município reparte o pouco que restou do inseticida do ano passado para não deixar a cidade descoberta.
Segundo a diretora Lidiomar Oliveira, o que há disponível é insuficiente para a demanda. Ela espera a chegada da nova remessa até a primeira quinzena de janeiro.


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