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LUTO
Segundo a instituição, preocupação do público com a segurança dos bichos também aparece em mensagens e ligações
Visitantes lamentam morte de animais no zoológico
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os visitantes que foram ao Zoológico de São Paulo ontem estavam indignados com a morte, por
envenenamento, de dez animais
-três chimpanzés, três dromedários, três antas e uma elefanta.
"Foi uma judiação", resumiu o assistente fotográfico Igor Sobral Lima, que, com a mulher, Ana Carolina, levava os filhos Júlia, 5, e
Iago, 2, para ver os bichos.
A matança foi tornada pública
na sexta, quando a Fundação
Zoológico fez boletim de ocorrência no 83º DP. As investigações
vão tentar descobrir quem matou
algumas das estrelas do lugar -e
os motivos. O mais provável é que
elas tenham sido mortas com um
veneno de rato cuja comercialização é proibida no Brasil.
Desde anteontem, segundo a
bióloga Fátima Valente Roberti,
da Divisão de Ensino e Divulgação, a ouvidoria do zoológico recebeu nove e-mails e três telefonemas de usuários preocupados
com a segurança dos animais.
O casal Ricardo Garcia e Magda
Paula Gomes Garcia veio de Florianópolis, no sábado, para visitar
amigos e ontem passeava pelo
parque. "Não dá para entender
quem faria uma coisa dessas",
disse Magda. Eles souberam do
caso ainda em Santa Catarina. A
amiga Claudia Abdalla, que os
acompanhava, destacou a solidão
dos bichos e observou que a jaula
dos chimpanzés estava vazia.
E realmente estava. Desde que o
chimpanzé Felipe morreu, na madrugada de sexta-feira, os veterinários resolveram retirar Fafá do
local "por questão de segurança".
Antes de Felipe, já haviam morrido Toni e Nanci. "Pela primeira
vez a jaula dos chimpanzés ficou
vazia", disse a bióloga Roberti,
que trabalha há 13 anos na instituição. O zoológico foi fundado
em 1958 e tem 3.500 animais.
Roberti afirmou que os profissionais da instituição estão preocupados com os animais que restaram das espécies mortas. "Eles
podem se sentir tristes, parar de se
alimentar e não responder mais
aos tratadores", avalia.
Essa solidão pode atingir, principalmente, a chimpanzé Fafá e a
elefanta Teresita, que ficaram sozinhas depois que seus companheiros morreram, além do dromedário Laoviah -nome de um
anjo-, que ficou órfão.
Na tarde de ontem, Teresita vagava de um lugar ao outro dentro
de seu cercado. Baira, a sua companheira -que vivia desde 1971
no zoológico-, foi uma das vítimas. "O tratador da Baira, seu Vicente, está desconsolado. Ele tratava dela desde que a elefanta chegou aqui", disse a bióloga.
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