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São Paulo, domingo, 09 de março de 2003

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Ministério quer um aumento de 20% no consumo

DA REPORTAGEM LOCAL

Em menos de dois anos, o Brasil está fazendo pelas vítimas da dor mais do que fez no século passado inteiro. Pelo menos no papel. Em julho de 2002, o Ministério da Saúde criou um Programa Nacional de Acesso Gratuito aos Opiáceos.
Pelo programa, todas as unidades da rede pública, de postos de saúde a hospitais, poderão ter em suas farmácias três opíáceos: morfina, codeína e hidroxicodona. Qualquer médico da instituição pode prescrevê-los em receita comum.
Em outro programa, ainda em teste, o ministério pretende até julho acabar com os talonários amarelos e o credenciamento exigido para os médicos que receitam entorpecentes.
"Ainda estamos estudando a melhor forma", diz Silas Paulo Resende Gouveia, chefe de gabinete da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A tendência é adotar selos com código de barra, que seriam repassados aos conselhos de classe de médicos, farmacêuticos, dentistas e veterinários. Para prescrever um opiáceo, bastaria ao profissional colar esse selo no seu receituário comum.
"As farmácias, por sua vez, enviariam essas receitas à Anvisa, que teria então um controle da prescrição e do uso dessas drogas em todo o país", diz Gouveia.
As farmácias terão os controles reduzidos e a obrigatoriedade de ter o remédio em estoque. "Facilitando o acesso, o governo permitirá que menos pacientes sofram com dores. Mas não basta aumentar o acesso, tem que aumentar o consumo."
Com essas medidas, o ministério espera aumentar em pelo menos 20% o uso da morfina no país. (AB)


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