Carceragem com 36 vagas abriga 240 detentos em Vila Velha, Grande Vitória

Na próxima segunda-feira, a Comissão de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, vai discutir a situação dos presídios do ES

SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

Quentes e improvisadas, as celas metálicas construídas em contêineres de transporte abrigam ainda 580 detentos (homens e mulheres) no Espírito Santo. O Centro de Detenção Provisória de Cariacica, na região metropolitana de Vitória, mantém 500 detentos em contêineres, e o presídio feminino de Tucum, na mesma cidade, abriga 80 mulheres em regime semiaberto nessas condições.
"Não dá para esquecer os gritos de horror que ouvimos de dentro do Centro de Detenção de Cariacica. É uma situação de superlotação, calor e violência física", disse Tamara Melo, advogada da ONG Justiça Global, que fez uma inspeção no Estado em fevereiro.
A ONG também localizou presos em camburões na delegacia de homicídios de Vitória e 240 presos numa carceragem com 36 vagas, na delegacia de Vila Velha, na Grande Vitória.
A situação dos presídios do Espírito Santo será apresentada em uma sessão da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, na próxima segunda-feira.
O secretário da Justiça do Espírito Santo, Ângelo Roncalli, designado pelo governador Paulo Hartung (PMDB) para dar esclarecimentos, disse que, pelo acordo firmado com o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em 2009, as celas de Cariacica e do presídio feminino seriam desativadas até agosto deste ano, o que será cumprido, diz ele.
Sobre as situação das carceragens das delegacias, o secretário disse que os presos serão transferidos para um novo complexo que será construído em Vila Velha. De acordo com ele, o governo vai investir R$ 370 milhões em novas unidades, com a abertura de 5.660 novas vagas até março de 2011.


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