São Paulo, domingo, 09 de abril de 2000


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CRISE NO RIO
Ex-coordenador critica governador
Obsessão atropelou Garotinho, diz Soares

da Reportagem Local

O ex-coordenador de Segurança e Cidadania do Rio de Janeiro Luiz Eduardo Soares afirmou anteontem que o projeto administrativo do governador Anthony Garotinho (PDT) foi "atropelado pela obsessão presidencial".
Segundo Soares, Garotinho tomou decisões motivado por "uma ambição desenfreada, prematura e imatura de se transformar, antes de realizar seu governo, em presidente da República."
O ex-coordenador voltou a afirmar que o governador do Rio de Janeiro foi antiético e usou dinheiro público para tentar desmoralizá-lo com campanhas publicitárias. "Nós sabemos que a máquina do Estado pode comprar popularidade, mas eu duvido que recupere a credibilidade", disse Soares.
As declarações foram dadas ao "Programa do Jô", da Rede Globo. Soares e sua mulher, Bárbara, foram entrevistados de Nova York, onde vivem atualmente com as filhas. O ex-coordenador detonou a crise na polícia do Rio, ao denunciar o que chamou de "banda podre" da corporação.
Soares afirmou que, quando candidato, Garotinho era "humilde, gostava muito de ouvir e aprender e era muito generoso". Hoje ele vê o governador como uma pessoa arrogante. "O poder é capaz de operar grandes transformações", disse.
Questionado sobre os motivos que o levaram a fazer as denúncias de corrupção, Soares respondeu que "era preciso dizer que o rei estava nu". Para ele, existem duas maneiras de lidar com a corrupção envolvendo policiais. "O método que eu defendo é o do confronto radical", afirmou.
Segundo ele, um outro método é o da conciliação e da aliança, que "nunca deu certo".
Soares e sua mulher afirmaram que vêm passando por uma difícil adaptação à vida nos EUA. Apesar disso, acham que nada foi em vão. "Talvez possamos mudar o patamar do debate sobre segurança pública." Para Soares, é a democracia que está em jogo.



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