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Ações pedem multa a sindicato e prisões
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar do fim da greve e da
aparente vitória dos trabalhadores na Justiça trabalhista, a diretoria do sindicato dos motoristas
vai ter de enfrentar em outras esferas acusações de descumprimento de decisões de juízes e de
que cometeu crimes contra a organização do trabalho e de formação de quadrilha na paralisação
de dois dias da categoria.
Nessas acusações, feitas ontem à
Justiça pelo Ministério Público
Estadual e Federal, o sindicato e a
diretoria são alvo de pedidos de
cobrança de uma multa diária de
R$ 5 milhões, de destituição do
cargo e de prisão preventiva.
A destituição de toda a atual diretoria do sindicato e a execução
de uma multa de R$ 5 milhões foi
pedida ao juiz Adherbal dos Santos Acquati, da 38ª Vara Cível. Ele
deverá julgar o caso hoje.
O pedido está diretamente ligado a uma liminar concedida em
fevereiro deste ano pelo mesmo
juiz, em uma ação cível proposta
pelo Ministério Público Estadual
contra o sindicato gerada por causa da greve geral deflagrada pela
categoria naquele mês.
Na época, a liminar proibiu o
sindicato, no caso de ser deflagrada uma nova paralisação pelos
motoristas, de envolver-se em depredações ou atividades que impeçam a SPTrans (empresa do
município que gerencia o transporte coletivo) de acionar um plano emergencial para garantir a
circulação de ônibus na cidade.
Em caso de desrespeito à liminar (decisão temporária), foi instituída a multa diária de R$ 5 milhões contra o sindicato, a partir
de uma sugestão do promotor de
Justiça que propôs a ação, Carlos
Alberto Amin Filho (Habitação e
Urbanismo). Como a paralisação
iniciada anteontem envolveu depredações de ônibus e impediu o
acionamento do plano emergencial, o promotor fez um novo pedido à Justiça ontem -dessa vez
para cobrar a multa e requerer a
destituição de toda a atual diretoria do sindicado ou pelo menos
do presidente da entidade.
"As multas nunca foram cobradas pelo Ministério Público do
Trabalho [que é responsável por
ingressar com as ações de cobrança]. Dessa vez eu coloquei que ele
fosse oficiado para instaurar um
processo para a cobrança dessa
multa, que será revertida a hospitais", disse o juiz João Carlos de
Araújo.
Já o pedido de prisão preventiva
do motorista João Botelho e de
seis membros da diretoria do sindicato -Edivaldo Santiago da
Silva, presidente da entidade, e os
diretores Rosivaldo de Almeida
Gomes, José Severino dos Santos,
Edvaldo Gomes de Oliveira, Geraldo Diniz da Costa e Antonio
Tadeu Vieira- foi feito pelo Ministério Público Federal de SP.
A ação foi proposta pelos procuradores da República Sérgio
Gardenghi Suiama e Luiz Fernando Gaspar da Costa, que sustentam que os sete "incitaram e participaram diretamente dos atos de
violência contra coletivos" na greve encerrada ontem. Eles também
são acusados de terem "induzido
e instigado" os motoristas à pratica de crime de danos, de paralisação do trabalho seguida de violência ou perturbação da ordem e de
não terem cumprido uma determinação do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) para que até
80% da frota circulasse ontem.
O pedido de prisão foi indeferido ontem pelo juiz Luiz Renato
Pacheco Chaves de Oliveira, da 3ª
Vara Federal Criminal de SP. O
juiz determinou a abertura de um
inquérito policial para apurar o
caso, como pedira o Ministério
Público Federal. Os procuradores
pretendem recorrer da decisão.
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