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VIOLÊNCIA SEXUAL
Universitários acusados de estupro dizem correr risco
Alunos temem ataque em cela
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
Os três jovens acusados de estuprar uma colega de universidade
de 24 anos dizem, por meio de
seus advogados, correr o risco de
serem atacados por outros presos
no 2º DP de Campinas (SP).
Os estudantes dividem uma cela
de cerca de 15 m2 com outros dois
acusados de estupro.
"Eles estão em uma cela pouco
ventilada e escura, além de correrem sério risco de serem atacados. Apesar de existir uma grade
separando, o risco existe", disse o
advogado de dois alunos, Marcelo Murillo de Almeida Passos.
Segundo os advogados, os rapazes estão abatidos e apreensivos.
Eles alegam inocência.
A advogada do outro acusado,
Maria da Glória Cavalcanti Dardenne, entrou ontem com pedido
na Justiça de reconsideração de
mandado de prisão. "Não posso
me manifestar sobre o caso porque corre sob segredo de Justiça.
Mas pedi o relaxamento da prisão
com base na inocência dele."
Já Passos pretende entrar com
habeas corpus para os outros dois
acusados após o depoimento dos
três, marcado para quarta.
Os três estudantes presos, um
de jornalismo e dois de arquitetura, são alunos da PUC-Campinas.
O advogado da universitária,
Ralph Tórtima Stettinger Filho,
disse ontem que os três acusados
presos estupraram a moça em um
banheiro na república Capela, em
Campinas, após um churrasco
promovido por estudantes. Ela
estaria inconsciente, após ter tomado uma bebida e passado mal.
"Os exames médicos realizados
na vítima atestam que ela foi violentada", disse o advogado da
moça. O advogado Passos nega
que ela estivesse inconsciente.
Segundo familiares, a universitária está deprimida e conta com
acompanhamento psicológico.
Além dos três alunos já presos, a
polícia apura a possível participação de outros cinco, por omissão.
Dos cinco investigados, três
moram em uma república vizinha e teriam sido chamados para
olhar pela janela do banheiro o
que acontecia com os colegas.
O quarto estudante teria tirado
uma foto da garota e dos supostos
estupradores. O quinto teria um
relacionamento amoroso com a
garota, mas estaria dormindo na
hora do suposto estupro.
O caso ocorreu no dia 8 de dezembro de 2004. No boletim de
ocorrência que registrou no dia
seguinte, a estudante conta ter
acordado, nua e com diversos hematomas A polícia abriu inquérito no dia 17 de dezembro.
De acordo com a polícia, laudo
pericial em fitas de gravações telefônicas feitas pela universitária
em conversa com os três acusados dias após o crime deve ficar
pronto na próxima semana.
Segundo o advogado da moça,
as gravações são importantes
porque os três acusados confirmam, nessas conversas, que ela
estava inconsciente no banheiro.
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