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URBANISMO
Edifício no centro de SP, que completa 4 décadas da primeira ocupação oficial, projeta restaurar sua fachada
Copan chega aos 40 e planeja cara nova
SHIN OLIVA SUZUKI
DA REDAÇÃO
Um dos maiores símbolos e cartões-postais de São Paulo, criação
de Oscar Niemeyer e referência
para arquitetos do mundo inteiro,
completa em maio 40 anos de sua
primeira ocupação oficial e deverá "trocar de pele" em um projeto
que prevê a restauração completa
de sua imponente fachada.
Pela proposta, orçada em R$ 6
milhões, uma tela de 116 x 16 metros com o logotipo das empresas
patrocinadoras da reforma envolverá o Copan durante os quatro
anos previstos para a obra.
Gigante de 116 mil m2 de área
construída que se destaca na paisagem da região central, o edifício
mais uma vez busca dar impulso à
idéia de revitalizar a área e também quer deixar claro que a fama
de condomínio "treme-treme",
reduto de tráfico de drogas e prostituição, já faz parte do passado.
Desde quando recebeu em 25 de
maio de 1966 o seu primeiro habite-se (certificado em que a prefeitura atesta que a construção atendeu às suas exigências), o edifício
de moradores com rendas, origens e perfis culturais diversos
-cujo número é polêmico e estimativas variam de 2.000 a 5.000-
já serviu de lar para famosos como o pintor Di Cavalcanti, mas
também teve de conviver com a
imagem de "cortição" nas décadas de 1970 e 1980.
Há seis anos anunciou-se a
construção de uma torre de 134
metros, com centros culturais e
um mirante com vista de 360 da
cidade. Mas, apesar da bênção do
próprio Niemeyer, a proposta ficou em ponto morto. O síndico
Affonso Celso Prazeres de Oliveira, 66, diz que faltaram parceiros
para bancar a empreitada.
Agora o síndico afirma que recebeu o OK de quatro empresas
-cujos nomes ele não revela,
mas diz serem principalmente da
área financeira- para realizar a
reforma da fachada. "A idéia é
que, a cada etapa de restauro, a capa "ande" e sejam revelados os detalhes das partes reformadas da
fachada", diz Prazeres de Oliveira.
Telas gigantes com referências
publicitárias, porém, têm sido alvo da fiscalização da Prefeitura de
São Paulo, como ocorreu com o
anúncio das Lojas Pernambucanas em um prédio que está sendo
reformado na avenida Paulista.
Para o síndico, isso constitui um
entrave para a proposta decolar.
As secretarias das Subprefeituras, responsável pela fiscalização
da poluição visual, e da Habitação, que controla o Cadan (o cadastro de anúncios), afirmam não
terem sido informadas do projeto. Mas a Subprefeitura da Sé declara que várias instâncias, como
o Departamento do Patrimônio
Histórico, devem ser consultadas
para a aprovação dos anúncios.
Prazeres de Oliveira diz que o
projeto de restauração da fachada, se concretizado, será batizado
de Oscar Niemeyer 100 Anos, em
referência ao centenário do arquiteto, que será celebrado em dezembro do ano que vem.
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