São Paulo, domingo, 09 de abril de 2006

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URBANISMO

Edifício no centro de SP, que completa 4 décadas da primeira ocupação oficial, projeta restaurar sua fachada

Copan chega aos 40 e planeja cara nova

SHIN OLIVA SUZUKI
DA REDAÇÃO

Um dos maiores símbolos e cartões-postais de São Paulo, criação de Oscar Niemeyer e referência para arquitetos do mundo inteiro, completa em maio 40 anos de sua primeira ocupação oficial e deverá "trocar de pele" em um projeto que prevê a restauração completa de sua imponente fachada.
Pela proposta, orçada em R$ 6 milhões, uma tela de 116 x 16 metros com o logotipo das empresas patrocinadoras da reforma envolverá o Copan durante os quatro anos previstos para a obra.
Gigante de 116 mil m2 de área construída que se destaca na paisagem da região central, o edifício mais uma vez busca dar impulso à idéia de revitalizar a área e também quer deixar claro que a fama de condomínio "treme-treme", reduto de tráfico de drogas e prostituição, já faz parte do passado.
Desde quando recebeu em 25 de maio de 1966 o seu primeiro habite-se (certificado em que a prefeitura atesta que a construção atendeu às suas exigências), o edifício de moradores com rendas, origens e perfis culturais diversos -cujo número é polêmico e estimativas variam de 2.000 a 5.000- já serviu de lar para famosos como o pintor Di Cavalcanti, mas também teve de conviver com a imagem de "cortição" nas décadas de 1970 e 1980.
Há seis anos anunciou-se a construção de uma torre de 134 metros, com centros culturais e um mirante com vista de 360 da cidade. Mas, apesar da bênção do próprio Niemeyer, a proposta ficou em ponto morto. O síndico Affonso Celso Prazeres de Oliveira, 66, diz que faltaram parceiros para bancar a empreitada.
Agora o síndico afirma que recebeu o OK de quatro empresas -cujos nomes ele não revela, mas diz serem principalmente da área financeira- para realizar a reforma da fachada. "A idéia é que, a cada etapa de restauro, a capa "ande" e sejam revelados os detalhes das partes reformadas da fachada", diz Prazeres de Oliveira.
Telas gigantes com referências publicitárias, porém, têm sido alvo da fiscalização da Prefeitura de São Paulo, como ocorreu com o anúncio das Lojas Pernambucanas em um prédio que está sendo reformado na avenida Paulista. Para o síndico, isso constitui um entrave para a proposta decolar.
As secretarias das Subprefeituras, responsável pela fiscalização da poluição visual, e da Habitação, que controla o Cadan (o cadastro de anúncios), afirmam não terem sido informadas do projeto. Mas a Subprefeitura da Sé declara que várias instâncias, como o Departamento do Patrimônio Histórico, devem ser consultadas para a aprovação dos anúncios.
Prazeres de Oliveira diz que o projeto de restauração da fachada, se concretizado, será batizado de Oscar Niemeyer 100 Anos, em referência ao centenário do arquiteto, que será celebrado em dezembro do ano que vem.


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