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contra
Dono do Dry Bar acha que lei vai afastar clientes
DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL
Para Roberto Suplicy, sócio do Dry Bar, no Jardim
Paulista (zona oeste), a lei
prejudicará estabelecimentos como o seu, onde fumar
faz parte do "clima". Ele
apoia associações e sindicatos que querem entrar na
Justiça contra o projeto.
FOLHA - Como o senhor vê a
aprovação da lei antifumo?
ROBERTO SUPLICY - Acho ruim.
A lei vai prejudicar muito os
bares, especialmente os que
são como o Dry, que é um bar
de bebida. Bebida, muitas vezes, pede um cigarro, faz parte do clima do lugar.
FOLHA - Mas o sr. acredita que
os clientes poderão se adaptar?
SUPLICY - Os fumantes não
deixarão de fumar, acabaremos perdendo clientes. Acho
que tem gente que não irá
mais a bar e vai procurar fumar na piscina do clube ou
em outro lugar. É claro que
acataremos a lei. Mas acho
que será muito prejudicial.
FOLHA - Como pretende minimizar a perda de clientes?
SUPLICY - Pedi a meu contador para ver se é possível
transformar o bar em tabacaria [pelo projeto, isso só é
possível se o local deixar de
vender e de permitir o consumo de outros produtos, como bebidas]. Se não houver
brecha, vou me adaptar, e as
pessoas terão de fumar na
calçada, como é no Rio, mas
não acho a melhor opção.
FOLHA - Associações do setor estudam entrar na Justiça contra o
projeto de lei.
SUPLICY - Acho ótimo. Somos
favoráveis à liberdade de escolha do cliente.
FOLHA - Um argumento dos que
defendem a lei é que os funcionários não têm essa mesma opção
de escolha e são prejudicados.
SUPLICY - A maioria dos funcionários aqui realmente
não fuma, mas não os vejo reclamar. Acho que faz parte
[da atividade]. O Dry tem vários aparelhos que ajudam a
melhorar a qualidade do ar.
FOLHA - Concorda com a reivindicação de liberar fumo onde todos os funcionários fumem?
SUPLICY - Só contratar fumantes? Essa teoria é furada.
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