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INFÂNCIA
Menina de 12 anos colocou veneno
Leite com agrotóxico mata bebê em PE
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
A Polícia Civil de Araripina, sertão de Pernambuco, responsabilizou ontem a menina M.B.S., 12,
pela morte por envenenamento de
José Wagno de Souza, de 8 meses.
A garota confessou em depoimento à polícia ter misturado
agrotóxico no leite consumido pelo bebê e outras cinco pessoas de
três famílias no café da manhã de
domingo passado.
Quatro das vítimas -todas
adultas- receberam alta médica
ontem. Uma criança de um ano e
oito meses, Francisco Eudes Régis,
continua hospitalizada em estado
grave.
Interrogada, M.B.S. disse ao delegado de Araripina, Francisco
Freire, que sua intenção era envenenar Maria Belmonte Modesto,
69, primeira mulher de seu pai,
João Batista de Souza.
Maria Modesto é dona de um pequeno rebanho de gado leiteiro e
teria problemas de relacionamento com a menina. "Ela disse que a
mulher fazia fofoca e que o pai batia nela", afirmou o delegado.
Em seu depoimento, M.B.S. disse também que a idéia de misturar
agrotóxico no leite foi sua e que,
por ser conhecida na casa de Maria
Modesto, não teve problemas para
se aproximar do balde onde era estocado o produto.
Mas, ao invés de consumir o leite, disse o delegado, a mulher vendeu o produto contaminado para
três famílias de agricultores da região.
Seis pessoas apresentaram sinais
de intoxicação e foram internadas
às 10h40 de domingo no hospital e
maternidade Santa Maria. O bebê
morreu às 22h.
Segundo o delegado, um frasco
com resíduos do agrotóxico supostamente utilizado por M.B.S.
foi encontrado segunda-feira no
sítio onde a menina mora com a
mãe e dois irmãos.
M.B.S. está em liberdade e à disposição da Justiça. Segundo o delegado, ela poderá ser obrigada a
permanecer em um centro de recuperação de crianças e adolescentes infratores por um período
de até três anos.
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