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São Paulo, sexta-feira, 09 de maio de 2003

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URBANISMO

Quase um ano depois da votação popular que definiu novo piso na avenida, prefeitura decide reavaliar projeto

Reforma na Paulista volta à estaca zero

PALOMA COTES
DA REPORTAGEM LOCAL

Quase um ano depois de ter saído o resultado da votação popular que elegeu qual seria o novo calçamento da avenida Paulista, um dos cartões-postais de São Paulo, a prefeitura decidiu que não utilizará mais o piso de concreto intertravado -vencedor do pleito.
A escolha do piso ficará, agora, nas mãos da arquiteta Rosa Kliass, responsável pelo último projeto de calçamento da Paulista, que aconteceu em 1973, e contratada pela prefeitura, na última terça, para cuidar do assunto.
A prefeita Marta Suplicy (PT) afirmou que o piso escolhido pela população -na época 2.600 pessoas votaram no piso de concreto intertravado nas cores salmão, cinza-grafite e cinza-claro- "é bonito", mas que o novo projeto de reurbanização da avenida poderia não "comportar" o que havia sido posto em votação.
"Você tem sempre que ter a capacidade de dar pra trás se percebe que é mais importante ter um projeto homogêneo. Não tem problema eu me frustrar, em dizer que talvez não seja esse [o melhor piso], que seja melhor outro tipo. Quando se contrata alguém [Rosa Kliass], tem que se respeitar o que vai ser a criação."

Associação critica
O recuo da administração municipal surpreendeu o presidente da Associação Paulista Viva, Nelson Baeta Neves. Ele criticou a atitude da prefeitura, dizendo que não foi respeitado o princípio da participação popular.
"Não temos nada contra um novo projeto. Mas lamentamos o fato de não terem levado em conta a opinião da comunidade já que, no final, quem vai pagar pelo calçamento -de forma direta ou não- seremos nós. E foi a prefeita quem teve a iniciativa de realizar uma votação. Por que os técnicos e arquitetos, que estavam na reunião, não rejeitaram a proposta antes?", afirmou. Dos 65 mil m2 de calçamento da Paulista, 40 mil m2 são particulares.
Segundo o secretário das Subprefeituras, Antonio Donato, a reurbanização da Paulista será iniciada no segundo semestre e deverá consumir R$ 10 milhões dos cofres municipais. Mas não deverá estar pronta até o aniversário de 450 anos de SP.
Segundo a Folha apurou, integrantes do primeiro escalão agora reconhecem que houve uma precipitação ao apoiar a eleição do piso. Estuda-se, agora, um piso alternativo, que utilize blocos de concreto e também mosaico português -pedra que compõe o atual calçamento da avenida.


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