DA ENVIADA ESPECIAL

Elvandro Mateus tem 13 anos e estuda à tarde. Antes da morte do pai, fazia natação e futebol todas as manhãs.
A família conseguiu vaga na escola militar, gratuita, para ele e o irmão, Edson, 15. Sobrava dinheiro para outras atividades dos dois meninos.
"Agora eu vejo TV a manhã toda. Gosto dos desenhos", diz Elvandro. A mãe, Maria Ivonete Mateus, 42, teve de suspender as aulas extracurriculares. Dona de casa, terá de procurar serviço. O marido, o mecânico José Pedro Mateus, 38, é que sustentava a casa.
"Eu fico achando que tenho culpa. Fui eu que marquei o exame para ele. Se tivesse enrolado mais, talvez isso não tivesse acontecido", diz.
José Pedro não gostava de sair. Depois do dia inteiro na oficina não havia o que o tirasse de casa. Cuidava de dois periquitos que morreram alguns dias depois do enterro.
"Era um pai e tanto. Achava minha família perfeita. Eu era tão apegada. Sabe o que é ser mãe e esposa? Eu era dele", conta Maria Ivonete.
"Deixar duas crianças sem pai. Isso me deixa revoltada. Põe aí que o que ela quer é Justiça", diz a irmã de Maria Ivonete, Maria Aparecida Ribeiro Martins, 39. "Que paguem".



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