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Morto foi sócio de outras empresas
DO "AGORA"
O eletricista José Matilde de Arruda, que foi usado, mesmo depois de morto, como "laranja" na
viação Cidade Tiradentes, também aparece como dono de pelo
menos outras três empresas -só
que fantasmas. As informações
constam em um levantamento
solicitado pelo Ministério Público
Estadual à Junta Comercial de São
Paulo (Jucesp), sobre a lista de
empresas registradas em nome
dos proprietários da viação, Samy
Jaroviski -preso acusado de estelionato- e Arruda, morto em
maio de 2002.
Os promotores investigam o
destino de cerca de R$ 23 milhões
aplicados pela SPTrans (empresa
que gerencia o transporte coletivo
na cidade) na Cidade Tiradentes
durante duas intervenções.
A existência de um esquema de
abertura e fechamento de viações
para fraudar o INSS, usando sócios "laranjas", veio à tona nas últimas semanas durante as investigações da chamada "máfia dos
transportes" -um esquema de
pagamento de propinas e fraudes
trabalhistas que envolveria sindicalistas e empresários.
A descoberta de que o nome de
Arruda não foi usado apenas na
compra da Tiradentes, mas também para adquirir empresas fantasmas de outros ramos, levantou
a suspeita de que elas possam ter
sido utilizadas para maquiar pagamentos de propina e até supostos desvios de recursos durante o
período de intervenção. Notas fiscais e gastos feitos nessa época estão sendo analisados.
Os dois primeiros golpes foram
feitos enquanto Arruda ainda estava vivo. Em 1997, ele foi usado
como laranja na compra de uma
empresa de artefatos de borracha
-Gepal. Em maio do ano passado, foi a vez de ele figurar como
dono de uma tecelagem -Kondotex. Nessa última, ele aparece
como sócio de Bibiano da Silva
Salgado, genro de Jaroviski e procurado pela polícia por estelionato. Arruda ainda é "dono" de uma
locadora de veículos de carga.
A reportagem visitou os endereços registrados como sendo a sede das empresas, mas constatou
que nenhuma delas nunca funcionou no local informado. Já o endereço residencial fornecido como sendo de Arruda não existe,
assim como o de Salgado.
(SÍLVIA AMORIM)
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