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Planos de saúde sobem acima da inflação
Índice de 5,76% autorizado pela ANS vale para 6,84 milhões de contratos de pessoas físicas feitos após janeiro de 1999
Percentual é o menor desde 2000, mas está acima da inflação oficial de 3,18%; no ano passado, reajuste foi de 8,89% e em 2005, de 11,69%
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A ANS (Agência Nacional de
Saúde Suplementar) definiu o
teto de reajuste dos planos de
saúde em 5,76%. Vale para
aqueles contratados por pessoa
física a partir de janeiro de 1999
e deve ser aplicado na data de
aniversário do contrato.
Trata-se do menor reajuste
desde 2000. Apesar disso, o
percentual ainda é acima da inflação oficial, de 3,18% nos 12
meses encerrados em maio, segundo dados do IBGE.
O índice incidirá sobre 15%
dos contratos -6,84 milhões de
beneficiários. No Brasil, 45,6
milhões de pessoas têm plano.
A ANS diz que os custos do
setor sofrem influência do aumento da freqüência de uso dos
serviços, da incorporação de
novas tecnologias e do aumento da expectativa de vida.
"O objetivo é manter o equilíbrio do contrato. O reajuste foi
menor do que em anos anteriores porque o setor cresceu e aumentou a concorrência. Ele supera a inflação porque os custos do setor de saúde são maiores no Brasil e no resto do mundo. A tendência do reajuste é
declinante para 2008", afirmou
Fausto Pereira dos Santos, diretor-presidente da ANS.
No ano passado, o reajuste foi
de 8,89% e em 2005, de 11,69%.
O percentual é definido com
base nos aumentos praticados
no mercado de planos de saúde
coletivos, com mais de 50 beneficiários. Esses planos têm
maior poder de negociação,
pois não têm prazo de carência.
Segundo Santos, o desafio da
ANS é a aprovação da portabilidade de carências. Ela permitiria a troca de plano para pessoas físicas sem que elas tivessem que cumprir novo prazo.
Para a agência, a medida poderia aumentar a competição.
O reajuste não foi considerado satisfatório pelo setor. A Fenasaúde (Federação Nacional
de Saúde Suplementar), que representa operadoras de planos
e seguradoras especializadas
em saúde, afirma que ele é inferior ao necessário para repor o
poder de compra dos contratos.
"A inflação de custos médico-hospitalares está sendo influenciada principalmente pelo
aumento de preços de medicamentos e materiais", informou.
Segundo a federação, os preços
desses produtos subiram mais
de 30% ao ano desde 2004.
O presidente da Unimed,
Celso Barros, defende o fim do
reajuste linear. "Planos que investem mais não podem ser
equiparados aos que prestam
serviços de menor qualidade."
Para aplicar o reajuste, a operadora precisa pedir autorização à agência e, depois, enviar
um boleto aos beneficiários. Se
a operadora receber a autorização em julho, por exemplo, e o
aniversário do contrato for em
maio, pode cobrar de forma diluída em julho e agosto a diferença de maio e junho.
Os beneficiários de planos
antigos não serão afetados pelo
reajuste da ANS. Decisão do
STF (Supremo Tribunal Federal) diz que eles devem seguir a
fórmula prevista em contrato.
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