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Alagoas aluga leito particular para pôr fim à lotação de PS
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
A Justiça de Alagoas deu prazo de 48 horas para que a Prefeitura de Maceió e o Estado resolvam o problema de superlotação na Unidade de Emergência Armando Lages, único
pronto-socorro da capital.
Até ontem à tarde, 46 pacientes já haviam sido transferidos
para outros hospitais públicos
ou privados, segundo a promotora Cecília Carnaúba, do Ministério Público Estadual. O
prazo dado pela Justiça termina hoje à tarde.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Saúde
do Estado, o governo de Alagoas e a prefeitura da capital
irão "alugar" 240 leitos por mês
da rede privada e filantrópica.
Serão gastos R$ 480 mil por
mês, sendo R$ 360 mil pelo Estado e R$ 120 mil pela prefeitura. A medida só entrará em vigor na próxima semana, após
publicação no "Diário Oficial".
Na segunda-feira, um grupo
de promotores fez uma vistoria
na Unidade de Emergência.
"Havia 20 pacientes deitados
em colchões no chão de um
centro cirúrgico, além de muitas macas pelos corredores.
Com a superlotação, a limpeza
e a salubridade fica comprometida. O ar não circula pelos corredores", disse Carnaúba.
Após a visita, o Ministério
Público entrou com uma ação
cautelar na Justiça pedindo a
transferência de 60 pacientes
internados no local.
A superlotação da Unidade
de Emergência de Maceió foi
agravada pela greve dos médicos da rede pública estadual,
iniciada há 13 dias. A paralisação suspendeu o atendimento
em cinco ambulatórios que faziam atendimento de emergência na periferia da capital. O
presidente do Sindicato dos
Médicos de Alagoas, Wellington Galvão, disse que o atendimento na Unidade de Emergência não foi reduzido. Segundo ele, as negociações com o governo estão paradas.
O problema de superlotação
na rede pública de Alagoas é recorrente. Em abril, a Justiça federal deu 90 dias para que o Estado implante 21 leitos de UTI
(Unidade de Terapia Intensiva)
neonatal para atendimento de
pacientes do SUS (Sistema
Único de Saúde). Foram registrados seguidos casos de superlotação das UTIs neonatal das
duas maternidades que atendem gestantes de alto risco e
bebês prematuros no Estado.
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