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Docentes querem fazer greve de fome
da Sucursal de Brasília
Os professores universitários
ameaçam iniciar uma greve de fome na próxima segunda-feira. A
ação só seria suspensa caso o impasse entre a Andes (sindicato que
reúne os docentes) e o Ministério
da Educação seja solucionado nesta semana. A greve dos professores completa hoje 71 dias.
Segundo o comando de greve, o
local da greve de fome já está sendo escolhido (provavelmente,
Brasília) e já existem seis professores que já se apresentaram como
voluntários.
O secretário de Educação Superior, do Ministério da Educação,
Abílio Baeta Neves, confirmou, no
final da tarde de ontem, o envio do
projeto de lei de reajuste salarial
dos professores para o ministro da
Casa Civil, Clóvis Carvalho.
De acordo com a proposta original do MEC, o reajuste a ser concedido na forma de gratificação
variava de R$ 96 a R$ 1.100, beneficiando apenas os professores
com titulação de mestre ou doutor. O texto enviado ontem para a
Casa Civil, no entanto, contém algumas modificações.
Abílio Baeta informou que os
professores com graduação e especialização e os inativos foram
incluídos na gratificação.
O ministro Paulo Renato Souza
(Educação) havia confirmado, na
semana passada, que iria estender
o benefício a esses professores,
atendendo a uma sugestão apresentada pela Andifes (entidade
que reúne os reitores das instituições federais de ensino superior).
Outra modificação foi a ampliação da gratificação prevista para
os professores com doutorado e
em regime de dedicação exclusiva.
O valor passou de R$ 1.100 para
cerca de R$ 1.300.
O secretário disse que o projeto
deverá ser enviado hoje ao Congresso, após assinatura do presidente Fernando Henrique Cardoso. A Andes confirmou que entrega a proposta oficial ao MEC hoje.
A Andes encaminhou duas propostas de aumento salarial para
ser votado nas assembléias nos Estados. Até o início da noite de ontem, a entidade ainda não tinha
um balanço sobre o resultado das
votações. As duas propostas encaminhadas foram: o reajuste diferenciado que varia de 20,40% a
70,83% ou o linear de 48,65%,
abrangendo todos os docentes,
com graduação e com titulação.
Abílio Baeta afirmou que, "pelas notícias dos jornais", a proposta dos professores é muito diferente do proposto pelo MEC. Os
docentes, segundo ele, demoraram muito tempo pra flexibilizar a
proposta de reajuste salarial. "Se é
o que li nos jornais, é uma proposta mirabolante. Fico com a sensação de que os professores não sabem como sair da greve."
Rubens Freire, da direção da
Andes, disse que essa decisão de
realizar a greve de fome é "um ato
extremo e de enfrentamento".
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