São Paulo, terça, 9 de junho de 1998

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CRIME
Eles haviam rompido o relacionamento havia dois meses; crime aconteceu no interior de danceteria do Itaim Bibi
Policial mata a ex-noiva a tiro e se suicida

da Reportagem Local

O agente policial Josimar Vieira Cavalcanti, 31, matou sua ex-noiva Ruth Pereira, 23, e se suicidou com um tiro na cabeça após vê-la com outro homem no meio de uma danceteria no Itaim Bibi (zona sudoeste de São Paulo).
Antes de se matar, ele teria pedido a atual namorada, a gerente comercial Eliana Kosloski, 25, que cuidasse de sua mãe e de seu irmão. Eliana o acompanhava no momento do crime.
Eles estavam namorando havia 15 dias. Mas o policial não teria esquecido a ex-noiva. Segundo testemunhas, ele continuava procurando Ruth e a teria ameaçado.
De acordo com elas, o agente policial não se conformava com o fim do romance e teria dito que, após matá-la, iria se suicidar.
Cavalcanti e Ruth foram noivos durante dois anos. Chegaram a morar juntos, mas a união não deu certo. Separaram-se. "Mesmo assim, às vezes saíam", disse o chefe e amigo do agente policial, o investigador Lindoarte Neto.
Anteontem à noite, o agente saiu com a namorada atual. Foram a uma choperia no Tremembé (zona norte). De lá, ele atravessou a cidade até a danceteria Espaço 899, o antigo Lambar, na rua Joaquim Floriano, no Itaim Bibi.
"Não sei o que o levou a ir atrás da ex-noiva", afirmou o chefe. De acordo com ele, por volta das 0h20 de ontem, Cavalcanti atendeu a uma ligação no telefone celular de um policial com quem trabalhava no 78º Distrito Policial.
"Eles combinaram de se encontrar hoje (ontem) de manhã na delegacia, pois iam prender um homem", disse Neto. Segundo ele, em nenhum momento o agente deixou que o colega percebesse que havia algo de errado.
"Ele até brincou ao telefone", disse. Cavalcanti chegou ao Espaço 899 com a atual namorada. Depois de ver Ruth com outro homem, fez o pedido a Eliana e a deixou dizendo que ia ao banheiro.
O agente estava seguindo a ex-noiva, uma auxiliar de escritório. Ruth havia ido ao banheiro. Quando ela saiu, conversaram. Então, ele sacou a pistola calibre 7,65 mm e disparou. A bala acertou a cabeça de Ruth, que caiu.
Imediatamente, Cavalcanti apontou contra a própria cabeça e apertou o gatilho. Houve correria na danceteria, que estava lotada, embora os sons dos tiros tivessem sido abafados pela música.
O local foi examinado pela perícia, que encontrou as duas cápsulas das balas que foram disparadas pelo agente policial. A pistola foi apreendida pelo 15º DP, que abriu inquérito sobre o caso.
"Foi feito exame residuográfico na mão do policial", disse o delegado Cláudio Kiss. O teste servirá para procurar vestígios de chumbo, o que indicaria que Cavalcanti usou a arma. (MARCELO GODOY)


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