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SEGURANÇA
Mulheres de policiais militares de São José dos Campos lançam carta reivindicando reajuste de salários para os maridos
Ato pró-PMs ameaça "derramar sangue"
MARIA TERESA MORAES
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE
As mulheres de cerca de 380 policiais militares que moram em
um conjunto habitacional da Polícia Militar no bairro São Judas
Tadeu, em São José dos Campos
(91 km de SP), lançaram no fim de
semana uma carta aberta à população em que pedem reajuste salarial para os maridos, criticam o
governo do Estado e falam em
"derramar sangue" para ver as
reivindicações atendidas.
Na carta, que é encerrada com a
frase "que Deus esteja com todos
nós", as mulheres também afirmam que haverá um ato de protesto na próxima quarta-feira no
conjunto habitacional da PM.
Elas ameaçam interditar a rodovia dos Tamoios (SP-99), que dá
acesso ao litoral norte. Os policiais militares esperam reunir em
torno de 600 pessoas no ato.
Cerca de 30 mil policiais militares dos Estados da Bahia e de Pernambuco já estão em greve desde
a semana passada.
Em São Paulo, a possibilidade
de greve foi descartada pelo governador Geraldo Alckmin
(PSDB), em visita a São José dos
Campos anteontem.
Na sexta-feira, Alckmin anunciou um reajuste aos policiais militares que varia de 6% a 10% do
salário-base, dependendo da função exercida pelo policial.
Os policiais civis e militares de
São Paulo, no entanto, pedem aumento de 41% para todas as funções. "Um soldado em início de
carreira ganha R$ 750 líquidos para sustentar uma família. O aumento dado é ridículo", afirmou
um PM que não quis se identificar
por temer represálias.
"Se for preciso derramar sangue, vamos. É melhor assim do
que ser sugado aos poucos pelo
baixo salário pago hoje pelo governo", diz trecho da carta.
Além de pedir reajuste salarial,
as mulheres dos policiais militares de São José dos Campos reclamam do convênio para assistência médica oferecido pela PM,
com a Cruz Azul, que não teria cobertura no interior do Estado.
"O governo desconta a contribuição para a Cruz Azul, mas não
temos atendimento aqui [em São
José". Só em São Paulo", disse o
PM que falou à Folha.
A Folha não conseguiu localizar
ontem o comandante do CPI-1
(Comando de Policiamento do
Interior) de São José dos Campos,
coronel Sebastião de Souza Pinto,
para comentar o documento.
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