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Delegado diz que voz em gravações não é dele
AFRA BALAZINA
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
O delegado Wilson Alfredo Perpétuo, 59, preso no dia 23 de junho durante a Operação Lince,
prestou depoimento durante
quase todo o dia de ontem na sede
da Justiça Federal de Ribeirão
Preto e negou todas as acusações
feitas contra ele. A operação foi
deflagrada para combater uma
quadrilha de roubo de carga,
adulteração de combustíveis e
fraudes fiscais.
O processo corre em segredo de
Justiça, mas, segundo o advogado
de Perpétuo, Paulo da Cunha
Bueno, o delegado não reconheceu sua voz nas gravações de escutas telefônicas apresentadas
durante o interrogatório.
A primeira denúncia contra
Perpétuo era de tráfico e porte ilegal de arma. A Polícia Federal
apreendeu maconha e cocaína em
sua sala na delegacia e cinco revólveres calibre 38. Perpétuo alegou,
segundo sua defesa, que usava as
drogas, devidamente rotuladas,
para dar palestras sobre o assunto. As armas seriam utilizadas para dar instruções de tiro.
"Ele tem 26 anos de polícia e
sempre foi um grande expoente.
Dias antes de ser preso, apreendeu quase meia tonelada de maconha em Porto Ferreira. Isso gera inimigos", afirmou Cunha, que
protestou antes da audiência porque a defesa não teve acesso às
gravações e porque não havia assinatura de peritos nos laudos.
Em uma das gravações, há uma
suposta ligação de Mário Fogassa,
acusado de integrar uma quadrilha de roubo de cargas, para Perpétuo, feita após Fogassa ter sido
preso pela Polícia Civil, acusado
de homicídio. A defesa admitiu
que Perpétuo conhecia alguns dos
detidos na Operação Lince.
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