São Paulo, sexta-feira, 09 de julho de 2010

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Para a polícia, goleiro viu Eliza ser assassinada

Delegado afirma que Bruno assistiu a ex-policial estrangular a ex-amante

Acusado de executar o crime foi preso ontem; ele e o jogador negam as acusações, baseadas em dois depoimentos

Ricardo Cassiano/Folhapress
Bruno, segurando uma Bíblia, sai da divisão de homicídios

RODRIGO VIZEU
DE BELO HORIZONTE

Para a polícia mineira, o desaparecimento de Eliza Samudio está esclarecido: o goleiro Bruno Fernandes, 25, não só soube do sequestro da ex-amante, como a viu ser estrangulada e morta.
Na versão apresentada pelo delegado Edson Moreira, Bruno estava na casa de Vespasiano (região metropolitana de BH) em que Eliza foi estrangulada e morta pelo ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.
O ex-policial, também conhecido por Neném e Paulista, foi preso ontem. Ele e Bruno negam as acusações.
Além de Bruno, também estavam no local Luiz Henrique Romão, o Macarrão, funcionário do atleta, e um primo adolescente de Bruno, segundo a polícia.
Os policiais dizem que as acusações são baseadas nos depoimentos do adolescente e de Sérgio Camelo, também primo de Bruno. Camelo disse à polícia que não estava no local do crime, mas que ouviu o relato quando os suspeitos voltaram ao sítio.
À polícia do Rio, o menor disse que Bruno esteve no sítio mas afirmara que ele foi embora pouco depois. Ontem, em Minas, disse que o jogador presenciou o crime. Segundo ele, Camelo também esteve na casa de Bola, o que é negado por Camelo.
Ontem, a polícia ainda procurava o corpo de Eliza na casa de Bola e outros locais.
Mesmo sem achá-lo, "certamente as pessoas envolvidas serão indiciadas e apresentadas à Justiça como autoras desse homicídio e da ocultação do cadáver", disse o delegado Wagner Pinto.
A polícia aponta Bola, Bruno, Macarrão e o adolescente como autores do crime.

CRIME
Segundo a polícia, baseada nos depoimentos de envolvidos e de testemunhas, Eliza e o filho, que ela dizia ser de Bruno, chegaram ao sítio de Bruno em Esmeraldas entre os dias 5 e 6 de junho.
Na viagem, foi agredida pelo adolescente no veículo Range Rover de Bruno, dirigido por Macarrão. E foi mantida sob cárcere privado com o conhecimento dos suspeitos. Dayanne, mulher de Bruno, também estava lá.
No dia 9, suposta data do crime, Eliza e o bebê foram levados à casa de Bola. Ela, segundo a polícia, foi amarrada e estrangulada.
Em seguida, Bola determinou que todos fossem embora para que o corpo fosse desovado. Foi quando o jovem diz ter visto pedaços de Eliza serem jogados aos cães.
A polícia diz também que Macarrão pensou em matar também o bebê, mas foi impedido por Bruno. E que o jogador foi beber cerveja depois de tudo.


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