São Paulo, sexta-feira, 09 de julho de 2010

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OUTRO LADO

Advogado diz que todos são inocentes

Ércio Quaresma Firpe, que assumiu caso no lugar do advogado do Flamengo, negou envolvimento de Bruno

DE BELO HORIZONTE
DO RIO

Ércio Quaresma Firpe, que assumiu a defesa de Bruno Fernandes após o advogado do Flamengo abandoná-la, negou participação do goleiro na morte de Eliza Samudio e também em qualquer agressão ou cárcere privado.
Negou ainda envolvimento de seus outros clientes: Luiz Henrique Ferreira Romão (o Macarrão, amigo do atleta), Dayanne Souza (mulher de Bruno), Elenilson Vitor da Silva (administrador do sítio do jogador) e os amigos Wemerson Marques de Souza (o Coxinha) e Flávio Caetano de Araújo.
Quaresma não quis comentar as acusações da polícia, como a de que Bruno e Macarrão estavam presentes no momento em que Eliza, conforme a investigação, foi morta pelo ex-policial Marcos Aparecido dos Santos.
Disse que só fará comentários quando tiver acesso ao inquérito. "Estamos pleiteando acesso há 48 horas. É uma absurda e irresponsável ação da polícia mineira, que está agindo como nos tempos da Santa Inquisição."
A falta de acesso ao inquérito, segundo ele, é a razão para Flávio, Elenilson e Coxinha estarem foragidos. "Escondem-me o inquérito. Eu escondo meus clientes."
O advogado afirmou que pedirá hoje à Justiça a liberdade de seus clientes presos: Bruno, Macarrão e Dayanne.
Disse ainda que o jogador está "extremamente abatido" com as acusações, pois tinha pré-contrato para trocar o Flamengo por um clube da Itália.
Segundo ele, com a repercussão do caso, agora é que o atleta quer ir mesmo para a Europa. "Está muito complicado jogar aqui."
O defensor afirmou que, assim que a Justiça colocar Bruno em liberdade, o goleiro "acerta com outro clube e vai jogar bola", mesmo que seja "no Quirguistão".
Quaresma já atuou na defesa de acusados das mortes de 19 sem-terra em Eldorado do Carajás e da irmã Dorothy Stang, ambos no Pará.

CAMELO
Marco Antônio Siqueira, que representa Sérgio Camelo, primo de Bruno, insistiu na versão de seu cliente à polícia, segundo a qual só esteve no sítio do goleiro e não foi à casa onde, conforme a investigação, Eliza foi morta.
Sobre o fato de Sérgio supostamente nada ter feito enquanto Eliza era agredida e mantida em cárcere privado no sítio, Siqueira argumentou que o primo gosta de ser próximo do jogador e "não queria decepcioná-lo".

FLAMENGO
O advogado do Flamengo, Michel Assef Filho, deixou ontem a defesa de Bruno por "conflito de interesses".
Anteontem, o clube suspendeu o contrato do atleta e formou uma comissão com advogados e juízes para avaliar uma eventual rescisão.
As acusações contra Bruno causaram o rompimento de seu contrato com a Olympikus, empresa que patrocina o clube e mantinha com ele um acordo próprio.
Após nove dias em Itu (SP), o Flamengo voltou a treinar ontem na Gávea (zona sul do Rio). Mas o caso Eliza foi o assunto do dia entre jogadores e torcedores.
"A gente fica espantado com a situação, mas não pode julgar [Bruno]. O que posso falar é que dentro de campo ele sempre foi correto", disse o lateral Léo Moura.
Segundo o jogador, os atletas ficaram "perplexos" e "chateados" com a situação do goleiro, que também era capitão da equipe.


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