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OUTRO LADO
Advogado diz que todos são inocentes
Ércio Quaresma Firpe, que assumiu caso no lugar do advogado do Flamengo, negou envolvimento de Bruno
DE BELO HORIZONTE
DO RIO
Ércio Quaresma Firpe, que
assumiu a defesa de Bruno
Fernandes após o advogado
do Flamengo abandoná-la,
negou participação do goleiro na morte de Eliza Samudio
e também em qualquer
agressão ou cárcere privado.
Negou ainda envolvimento de seus outros clientes:
Luiz Henrique Ferreira Romão (o Macarrão, amigo do
atleta), Dayanne Souza (mulher de Bruno), Elenilson Vitor da Silva (administrador
do sítio do jogador) e os amigos Wemerson Marques de
Souza (o Coxinha) e Flávio
Caetano de Araújo.
Quaresma não quis comentar as acusações da polícia, como a de que Bruno e
Macarrão estavam presentes
no momento em que Eliza,
conforme a investigação, foi
morta pelo ex-policial Marcos Aparecido dos Santos.
Disse que só fará comentários quando tiver acesso ao
inquérito. "Estamos pleiteando acesso há 48 horas. É
uma absurda e irresponsável
ação da polícia mineira, que
está agindo como nos tempos da Santa Inquisição."
A falta de acesso ao inquérito, segundo ele, é a razão
para Flávio, Elenilson e Coxinha estarem foragidos. "Escondem-me o inquérito. Eu
escondo meus clientes."
O advogado afirmou que
pedirá hoje à Justiça a liberdade de seus clientes presos:
Bruno, Macarrão e Dayanne.
Disse ainda que o jogador
está "extremamente abatido" com as acusações, pois
tinha pré-contrato para trocar o Flamengo por um clube
da Itália.
Segundo ele, com a repercussão do caso, agora é que o
atleta quer ir mesmo para a
Europa. "Está muito complicado jogar aqui."
O defensor afirmou que,
assim que a Justiça colocar
Bruno em liberdade, o goleiro "acerta com outro clube e
vai jogar bola", mesmo que
seja "no Quirguistão".
Quaresma já atuou na defesa de acusados das mortes
de 19 sem-terra em Eldorado
do Carajás e da irmã Dorothy
Stang, ambos no Pará.
CAMELO
Marco Antônio Siqueira,
que representa Sérgio Camelo, primo de Bruno, insistiu
na versão de seu cliente à polícia, segundo a qual só esteve no sítio do goleiro e não foi
à casa onde, conforme a investigação, Eliza foi morta.
Sobre o fato de Sérgio supostamente nada ter feito enquanto Eliza era agredida e
mantida em cárcere privado
no sítio, Siqueira argumentou que o primo gosta de ser
próximo do jogador e "não
queria decepcioná-lo".
FLAMENGO
O advogado do Flamengo,
Michel Assef Filho, deixou
ontem a defesa de Bruno por
"conflito de interesses".
Anteontem, o clube suspendeu o contrato do atleta e
formou uma comissão com
advogados e juízes para avaliar uma eventual rescisão.
As acusações contra Bruno causaram o rompimento
de seu contrato com a Olympikus, empresa que patrocina o clube e mantinha com
ele um acordo próprio.
Após nove dias em Itu
(SP), o Flamengo voltou a
treinar ontem na Gávea (zona sul do Rio). Mas o caso Eliza foi o assunto do dia entre
jogadores e torcedores.
"A gente fica espantado
com a situação, mas não pode julgar [Bruno]. O que posso falar é que dentro de campo ele sempre foi correto",
disse o lateral Léo Moura.
Segundo o jogador, os
atletas ficaram "perplexos" e
"chateados" com a situação
do goleiro, que também era
capitão da equipe.
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