São Paulo, quinta, 9 de julho de 1998

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CRIME
Outras 2 vítimas foram achadas sem roupas e PM fará varredura no parque; ação de maníaco é a principal suspeita
Mulheres achadas mortas no parque já são 6

MARCELO GODOY
da Reportagem Local

Outras duas mulheres foram mortas e deixadas despidas na mata do Parque do Estado (zona sul de São Paulo). A série de assassinatos já chega a seis -os corpos de outras quatro foram localizados no sábado e na segunda-feira.
Essas duas outras mulheres foram achadas mortas em janeiro e em maio, mas só ontem foram relacionadas às outras vítimas. Uma é a vendedora Raquel Mota Rodrigues, 23. A outra era já uma ossada quando foi achada em maio e ainda permanece sem identificação.
A principal suspeita do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) é de que as mortes dessas mulheres estejam ligadas e de que exista um único autor, um maníaco sexual.
Isso porque elas foram mortas no mesmo lugar, porque seus corpos foram deixados despidos (três vítimas estavam só com a calcinha e uma com os sapatos) e por causa dos sinais de violência sexual.
"Outras possibilidades estão sendo apuradas", disse o delegado Euclides Batista de Souza, da 1ª Delegacia do DHPP.
Anteontem à noite, os investigadores conseguiram identificar uma das quatro mulheres encontradas mortas nos últimos dias no parque. Ela é a balconista Selma Ferreira Queiroz, 18.
Ela e a outra mulher identificada pela polícia eram solteiras. A vendedora Raquel morava no Jabaquara (zona sul) e desapareceu em 10 de janeiro quando foi procurar emprego em uma loja de móveis na rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros (zona sudoeste).
O corpo só foi encontrado em 29 de janeiro, no interior da mata do parque. Raquel estava despida assim como a balconista Selma, encontrada no sábado só com os sapatos. Selma morava com os pais em Cotia (Grande São Paulo) e estava deixando o trabalho em uma rede de drogarias.
No último dia 3, ela foi ao departamento médico da rede, na avenida Liberdade, na Liberdade (região central), para fazer exames antes da rescisão contratual.
Saiu de lá às 15h25, pouco antes do início do jogo do Brasil contra a Dinamarca. Ia pegar um ônibus para casa. Não foi mais vista.
Filha de uma dona-de-casa e de um pedreiro, Selma tinha um namorado em Cotia. A polícia apura telefonemas com ameaças dados para a casa da balconista.
Os médicos-legistas já determinaram que ela foi estrangulada. Estão, agora, atrás de provas da violência sexual.
Ao lado de Selma, havia o corpo de outra mulher. Jovem, branca e com cabelos castanhos, essa mulher tinha os dentes perfeitos.
Ela estava morta havia 15 dias. Mesmo assim, a polícia conseguiu parte de suas impressões digitais. A vítima usava um par de brincos e uma aliança.



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