São Paulo, quinta, 9 de julho de 1998

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Violência no semestre cresce 15%

da Reportagem Local

A violência na Grande São Paulo registrada pela polícia no primeiro semestre deste ano é uma das maiores da história. Todos os indicadores de criminalidade aferidos pela Secretaria da Segurança Pública tiveram aumentos superiores a 15% em relação ao mesmo período do ano passado.
Das modalidades de crime analisadas, a que teve maior aumento foram os assaltos: 28,8%. De janeiro a junho deste ano, foram registrados 60.880 casos -13.601 a mais do que em igual período do ano passado (47.279).
Em seguida, aparece outro crime contra o patrimônio: furtos e roubos de veículos. No primeiro semestre deste ano, foram 60.045 ocorrências, 20,5% a mais do que o registrado em 97 (49.838).
Os furtos ocupam a terceira posição -67.028 casos contra 57.155, um aumento de 17,3%. Os homicídios dolosos (quando há intenção de matar) tiveram um crescimento de 15,2% -4.262 casos contra 3.701 no primeiro semestre do ano passado.
O secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, não comentou os números. Em entrevistas concedidas no início deste ano, ele afirmou que o avanço da criminalidade não é apenas "caso de polícia", o mesmo discurso apresentado pelo coronel Carlos Alberto de Camargo, comandante-geral da Polícia Militar.
Afonso da Silva culpa ainda a crise econômica, o aumento do desemprego e a falta de uma polícia de intervenção social nas regiões mais carentes do Estado.
Desde que a violência começou a mostrar índices preocupantes -em março deste ano, todos os indicadores bateram recordes históricos, dois deles superados no mês de maio- , o secretário tem se reunido com os chefes das Polícias Civil e Militar.
Nesses encontros, que passaram a se tornar frequentes, Afonso da Silva cobra um maior empenho da polícia no combate ao crime.
Da militar, é cobrada uma maior eficiência na prevenção. Da civil, é pedida uma atenção maior com relação aos crimes contra o patrimônio. Além disso, determina-se, todas as vezes, que as duas organizações passem a trabalhar mais em conjunto.
Nos dias 17 e 18 do mês passado, Afonso da Silva se reuniu separadamente com a cúpula das duas polícias. Ele determinou que se fosse dada prioridade total à tentativa de diminuir o número de chacinas. Na madrugada do dia 17, a cidade de Francisco Morato (Grande São Paulo) protagonizou a maior matança da história do Estado: 12 pessoas mortas -número igual ao do massacre ocorrido em 94 em Taboão da Serra.
Três PMs e uma pessoa condenada por receptação de mercadoria roubada estão presos acusados do crime. (CRISPIM ALVES)



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