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Violência no semestre cresce 15%
da Reportagem Local
A violência na Grande São Paulo
registrada pela polícia no primeiro
semestre deste ano é uma das
maiores da história. Todos os indicadores de criminalidade aferidos pela Secretaria da Segurança
Pública tiveram aumentos superiores a 15% em relação ao mesmo
período do ano passado.
Das modalidades de crime analisadas, a que teve maior aumento
foram os assaltos: 28,8%. De janeiro a junho deste ano, foram registrados 60.880 casos -13.601 a
mais do que em igual período do
ano passado (47.279).
Em seguida, aparece outro crime
contra o patrimônio: furtos e roubos de veículos. No primeiro semestre deste ano, foram 60.045
ocorrências, 20,5% a mais do que
o registrado em 97 (49.838).
Os furtos ocupam a terceira posição -67.028 casos contra
57.155, um aumento de 17,3%. Os
homicídios dolosos (quando há
intenção de matar) tiveram um
crescimento de 15,2% -4.262 casos contra 3.701 no primeiro semestre do ano passado.
O secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, não comentou os números. Em entrevistas concedidas no início deste ano,
ele afirmou que o avanço da criminalidade não é apenas "caso de
polícia", o mesmo discurso apresentado pelo coronel Carlos Alberto de Camargo, comandante-geral da Polícia Militar.
Afonso da Silva culpa ainda a
crise econômica, o aumento do
desemprego e a falta de uma polícia de intervenção social nas regiões mais carentes do Estado.
Desde que a violência começou a
mostrar índices preocupantes
-em março deste ano, todos os
indicadores bateram recordes históricos, dois deles superados no
mês de maio- , o secretário tem
se reunido com os chefes das Polícias Civil e Militar.
Nesses encontros, que passaram
a se tornar frequentes, Afonso da
Silva cobra um maior empenho da
polícia no combate ao crime.
Da militar, é cobrada uma maior
eficiência na prevenção. Da civil, é
pedida uma atenção maior com
relação aos crimes contra o patrimônio. Além disso, determina-se,
todas as vezes, que as duas organizações passem a trabalhar mais
em conjunto.
Nos dias 17 e 18 do mês passado,
Afonso da Silva se reuniu separadamente com a cúpula das duas
polícias. Ele determinou que se
fosse dada prioridade total à tentativa de diminuir o número de chacinas. Na madrugada do dia 17, a
cidade de Francisco Morato
(Grande São Paulo) protagonizou
a maior matança da história do Estado: 12 pessoas mortas -número
igual ao do massacre ocorrido em
94 em Taboão da Serra.
Três PMs e uma pessoa condenada por receptação de mercadoria roubada estão presos acusados
do crime.
(CRISPIM ALVES)
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