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Procuradoria revê adoções em Jundiaí
MARCELO BARTOLOMEI
Editor-assistente da Folha Campinas
A Procuradoria Geral de Justiça
do Estado vai começar na próxima segunda a revisar seis processos de adoções feitos pelo ex-juiz
da Infância e da Juventude de
Jundiaí (60 km de SP) Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, acusado
de agir arbitrariamente na retirada de crianças de suas famílias.
A Corregedoria do Tribunal de
Justiça de São Paulo enviou entre
ontem e anteontem os processos
à Procuradoria.
Os processos estavam na Corregedoria desde maio de 1998,
quando começaram a ser analisados, após denúncias de irregularidades nas adoções.
Beethoven Giffoni é investigado
pela Corregedoria, pela Polícia
Federal e pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Judiciário, do Senado, por facilitar a
adoção de crianças da região de
Jundiaí para outros países.
De acordo com a procuradora
Maria Dolores Maçano, os processos serão analisados e podem
ser revogados ou não. Maria Dolores chefia um grupo de dez procuradores de Campinas e de São
Paulo responsável pela revisão
dos processos.
Até agora, nenhum dos 14 processos revisados pelos procuradores foi avaliado pelo Tribunal
de Justiça, que, no entanto, já reverteu pelo menos três adoções.
Entre elas, está o caso da menina Evelyn, 3, que estaria na Alemanha com um casal.
Com os novos processos enviados à Procuradoria pela Corregedoria nesta semana, estão sendo
analisados 20 casos. As ações estavam arquivadas na Corregedoria,
segundo Maria Dolores.
O juiz não foi encontrado ontem em São Paulo, na 18ª Vara,
nem em sua residência, em Jundiaí. O seu advogado, Aderbal
Bergo, também não pôde atender
a Folha. Em entrevistas anteriores, Beethoven e Bergo negaram
qualquer tipo de irregularidade.
A CPI do Judiciário decidiu
convocar o juiz Beethoven Giffoni
para depor. O juiz será chamado
para esclarecer as supostas irregularidades apontadas pelo grupo "Mães da Praça do Fórum de
Jundiaí". O grupo é formado por
cerca de 55 pessoas, entre pais,
mães e parentes das crianças, e todas acusam o juiz de ter quebrado
o pátrio poder das famílias de forma arbitrária.
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