São Paulo, Sexta-feira, 09 de Julho de 1999
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Procuradoria revê adoções em Jundiaí

MARCELO BARTOLOMEI
Editor-assistente da Folha Campinas

A Procuradoria Geral de Justiça do Estado vai começar na próxima segunda a revisar seis processos de adoções feitos pelo ex-juiz da Infância e da Juventude de Jundiaí (60 km de SP) Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, acusado de agir arbitrariamente na retirada de crianças de suas famílias.
A Corregedoria do Tribunal de Justiça de São Paulo enviou entre ontem e anteontem os processos à Procuradoria.
Os processos estavam na Corregedoria desde maio de 1998, quando começaram a ser analisados, após denúncias de irregularidades nas adoções.
Beethoven Giffoni é investigado pela Corregedoria, pela Polícia Federal e pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Judiciário, do Senado, por facilitar a adoção de crianças da região de Jundiaí para outros países.
De acordo com a procuradora Maria Dolores Maçano, os processos serão analisados e podem ser revogados ou não. Maria Dolores chefia um grupo de dez procuradores de Campinas e de São Paulo responsável pela revisão dos processos.
Até agora, nenhum dos 14 processos revisados pelos procuradores foi avaliado pelo Tribunal de Justiça, que, no entanto, já reverteu pelo menos três adoções.
Entre elas, está o caso da menina Evelyn, 3, que estaria na Alemanha com um casal.
Com os novos processos enviados à Procuradoria pela Corregedoria nesta semana, estão sendo analisados 20 casos. As ações estavam arquivadas na Corregedoria, segundo Maria Dolores.
O juiz não foi encontrado ontem em São Paulo, na 18ª Vara, nem em sua residência, em Jundiaí. O seu advogado, Aderbal Bergo, também não pôde atender a Folha. Em entrevistas anteriores, Beethoven e Bergo negaram qualquer tipo de irregularidade.
A CPI do Judiciário decidiu convocar o juiz Beethoven Giffoni para depor. O juiz será chamado para esclarecer as supostas irregularidades apontadas pelo grupo "Mães da Praça do Fórum de Jundiaí". O grupo é formado por cerca de 55 pessoas, entre pais, mães e parentes das crianças, e todas acusam o juiz de ter quebrado o pátrio poder das famílias de forma arbitrária.


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