da Reportagem Local

O esquema de corrupção na administração municipal de Guarulhos (Grande São Paulo) movimenta R$ 22 milhões por ano. A afirmação foi feita ontem pelo deputado estadual Elói Pietá (PT) em depoimento ao delegado Cláudio Gobetti, titular da seccional da cidade.
O depoimento de Pietá foi o primeiro do inquérito que apura o envolvimento de 13 dos 22 vereadores da cidade em um esquema de corrupção e chantagem ao prefeito Jovino Cândido (PV).
Em duas reuniões com Pietá e Luís Roberto Mesquita, presidente da Associação Comercial de Guarulhos, Cândido afirmou que era chantageado pelos vereadores, que pediam dinheiro e cargos em troca de apoio ao prefeito na Câmara. As reuniões foram gravadas em vídeo.
Segundo Pietá, em uma das fitas Cândido afirma ter sido convidado a participar do esquema de propina pelo ex-vereador e secretário Carlos Roberto de Campos (PSDB). "Ele diz na fita que dá para ganhar R$ 22 milhões por ano em propina", afirma o deputado.
Cândido confirma ter sido procurado por Campos, que não foi encontrado para confirmar as acusações da fita.
Pietá afirmou no depoimento que a maior parte da propina é paga por empresas de coleta de lixo, de ônibus e de prestação de serviços. Ele entregou à polícia os nomes de 14 empresas suspeitas de participar do esquema.
Ainda ontem, em Guarulhos, 45 entidades da sociedade civil lançaram o manifesto "Ética na Política de Guarulhos", apoiando a apuração das denúncias pela polícia e pelo Ministério Público.


Texto Anterior: Prefeitura de SP interdita catedral da Sé
Próximo Texto: Tribunal de Justiça arquiva de vez a CPI da máfia da propina
Índice