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Equipamento é retido em aeroporto
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
O Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ
(Universidade Federal do Rio de
Janeiro), está há dois meses impedido de realizar cirurgias de alta
complexidade. A estimativa do
hospital é que pelo menos cinco
cirurgias por semana não estejam
sendo realizadas.
O motivo: a Receita Federal retém, desde junho, no Aeroporto
Internacional de Viracopos, em
Campinas (95 km a noroeste de
São Paulo), duas peças que compõem o arco cirúrgico -aparelho
que permite a visualização de partes internas de pacientes durante
a realização da cirurgia.
Alguns pacientes estão sendo
encaminhados a outros hospitais
do Rio. Outros aguardam a liberação das peças para que a cirurgia
possa ser agendada.
Fiscais
Segundo o Unafisco (Sindicato
Nacional dos Auditores Fiscais da
Receita Federal) de São Paulo, os
fiscais estão, desde o início de julho, fazendo uma "operação padrão" -fiscalização rigorosa que
resulta no atraso da liberação de
produtos importados.
O Unafisco informou que apenas animais vivos, medicamentos
e alimentos perecíveis estão sendo liberados normalmente.
Segundo o chefe do Serviço de
Neurocirurgia do hospital, Jorge
Marcondes, o arco cirúrgico é
fundamental para procedimentos
de retirada de tumores da hipófise
e da coluna vertebral, correção de
fraturas, cirurgias neurológicas e
urológicas.
O hospital possui o aparelho há
dois anos, mas houve a necessidade de comprar duas peças -uma
placa de terceira dimensão e um
cabo de conexões- para repor as
que deixaram de funcionar. As
peças foram importadas da empresa Siemens, na Alemanha, e
custaram R$ 7.916 ao hospital.
O arco cirúrgico -ou intensificador de imagem- possibilita
que o médico acompanhe, ao vivo, o trajeto do equipamento até o
local a ser operado e ajuda a definir se há necessidade de modificar
a estratégia da cirurgia.
Em casos ortopédicos, ele orienta o cirurgião a definir a posição
de placas e pinos.
"Entendo que haja greve e que
eles lutem por seus direitos, mas
não podem colocar a vida de pessoas em risco. Eles precisam considerar que não estamos falando
de um carro de luxo e sim de equipamento médico", afirmou Marcondes.
A Siemens, que contratou um
despachante para tentar agilizar a
liberação das peças, informou ao
hospital que o material deverá
chegar hoje à unidade.
"Várias vezes já disseram que o
problema estava resolvido, mas
até agora não recebemos as peças", disse Marcondes.
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