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EDUCAÇÃO
Estaduais e Unifesp aderem à greve; servidores paulistas reclamam também de aumento na contribuição previdenciária
Universidades de SP param contra reforma
DA REPORTAGEM LOCAL
Um mês depois de cruzarem os
braços contra a reforma da Previdência, os servidores federais começaram a receber o apoio da
Unifesp (Universidade Federal de
São Paulo) e das universidades estaduais paulistas, que entram em
greve pelo mesmo motivo.
No caso dos servidores estaduais, o protesto se estende ao aumento na contribuição previdenciária da categoria -que foi sancionado em junho e entra em vigor a partir de outubro.
Na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), desde ontem cerca de 60% dos docentes
não dão aulas, segundo a associação de docentes.
Já professores e técnicos administrativos da Unifesp estão parados desde terça-feira passada,
embora a Adunifesp (associação
dos docentes da universidade)
afirme não ter ainda um balanço
do movimento.
Segunda-feira, dia 11, é a vez de
os professores da USP (Universidade de São Paulo) pararem por
tempo indeterminado. Na mesma
data, professores e funcionários
da Unesp (Universidade Estadual
Paulista) de Assis (427 km da capital) também paralisam as atividades. Os demais 14 campi da
universidade no interior devem
decidir se aderem ou não ao movimento na próxima semana.
A entrada "tardia" na paralisação nacional se deveu ao fato de,
durante o mês de julho, tanto as
estaduais paulistas como a Unifesp estarem em férias letivas.
Por enquanto, os funcionários
das universidades (exceto os da
Unesp) não aderem à paralisação.
Eles devem decidir se entram em
greve ao longo da próxima semana. O fato de parcela significativa
da categoria ser contratada pela
CLT (Consolidação das Leis do
Trabalho) dificulta a mobilização
contra a reforma da Previdência.
Queixa extra
Além da oposição à reforma, os
servidores estaduais de São Paulo
têm uma reclamação extra.
A partir de outubro, eles passam
a ter de contribuir com mais 5%
do salário para o tesouro do Estado, desconto que irá, segundo o
governo, reforçar o caixa da Previdência paulista. Somando ao
que já é descontado da folha de
pagamento, a contribuição previdenciária será, ao todo, de 13%.
"Nós achamos que isso é um
confisco salarial", afirma o presidente da Adusp (Associação dos
Docentes da USP), Américo Kerr.
Segundo ele, o governo estadual
aproveitou que as atenções estavam voltadas para a reforma da
Previdência em nível federal e
conseguiu aprovar a mudança.
A Adusp está estudando que
medidas judiciais pode tomar
contra o aumento, diz Kerr.
Unicamp
A adesão dos professores da
Unicamp à greve aumentou ontem, após o anúncio de que os docentes da USP haviam decidido
paralisar as atividades a partir de
segunda-feira.
De acordo com a reitoria da universidade, a greve, iniciada na última quarta-feira, teve a participação de 15% dos professores. Para
a Adunicamp (Associação dos
Docentes da Unicamp), a adesão
ontem atingiu 60% da categoria.
Estavam com suas atividades
interrompidas o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, o Instituto de Estudos da Linguagem e o
Instituto de Artes. A paralisação
foi parcial nas faculdades de Engenharia de Alimentos, Educação, Educação Física e Engenharia Agrícola.
Segundo a presidente da Adunicamp, Aparecida Affonso Moysés, haverá, na terça, um debate
sobre as perspectivas para a previdência do setor público. "Não podemos assistir impunes ao desmonte do Estado brasileiro."
Em assembléia, o Diretório
Central dos Estudantes votou pela
deflagração de uma paralisação
dos alunos, em solidariedade ao
protesto dos professores contra a
reforma da Previdência.
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