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ONDA ERRADA
Família de brasileiro quer contratar advogado no país, onde o tráfico de drogas pode ser punido com pena de morte
Pais de surfista preso vão para a Indonésia
ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA
Os pais do brasileiro preso na
Indonésia por tráfico de drogas
devem viajar para Jacarta (capital
do país) nesta semana. O rapaz
corre o risco de ser condenado à
morte. O surfista Rodrigo Gularte, 32, foi preso por autoridades
do país ao desembarcar no aeroporto supostamente com seis quilos de cocaína escondidos em
pranchas de surfe. Lá, o tráfico é
punido com pena de morte.
O primo de Gularte, o advogado
César Augusto Gularte de Carvalho, que coordena as estratégias
de defesa do rapaz, disse ontem
que Clarice e Rubens Borges Gularte, mãe e pai de Rodrigo, embarcarão entre amanhã e quarta-feira para Jacarta. Um advogado
deverá acompanhá-los.
"Estamos formando uma equipe de pessoas para que, no decorrer desta semana, a família esteja
com o Rodrigo, já possa visitá-lo e
ocorra o início dos trabalhos [de
defesa]", afirmou Carvalho.
De acordo com o primo, serão
contratados dois advogados
-um para atuar no Brasil e outro
na Indonésia. Os nomes serão definidos pela família até amanhã.
"Os advogados seguirão duas linhas de atuação distintas. Um estará requerendo a extradição do
Rodrigo e atuando para o cumprimento de acordos internacionais. O outro fará a defesa técnica,
usando tudo o que for juridicamente possível na Indonésia."
A família pretende fazer um
apelo para que o Ministério das
Relações Exteriores do Brasil inicie negociações com autoridades
indonésias para obter a deportação. Por ora, o Itamaraty assegurou apenas assistência emergencial -até alimentação, se preciso.
Desde a semana passada, o pai
de Rodrigo, que mora em Brusque (SC), está em Curitiba, onde a
mãe do rapaz vive com outros
dois filhos. Rodrigo vivia em Florianópolis, onde cursava administração. Ele não tem antecedentes criminais, segundo a família.
Segundo a polícia, Rodrigo passou com a cocaína escondida nas
pranchas pelos aeroportos de São
José dos Pinhais (PR), Cumbica
(SP) e Johannesburgo (África do
Sul), antes de ser flagrado.
Ele é o segundo brasileiro preso
ao tentar entrar com cocaína naquele país. Em junho, o instrutor
de vôo livre Marco Archer Moreira, 42, foi condenado à morte por
fuzilamento. Seu advogado na Indonésia recorre da sentença.
O Itamaraty informou que a Indonésia executou o primeiro estrangeiro por tráfico internacional de drogas. Era um indiano detido com uma quantidade menor
de droga do que Rodrigo.
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