São Paulo, segunda-feira, 09 de agosto de 2004

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ONDA ERRADA

Família de brasileiro quer contratar advogado no país, onde o tráfico de drogas pode ser punido com pena de morte

Pais de surfista preso vão para a Indonésia

ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA

Os pais do brasileiro preso na Indonésia por tráfico de drogas devem viajar para Jacarta (capital do país) nesta semana. O rapaz corre o risco de ser condenado à morte. O surfista Rodrigo Gularte, 32, foi preso por autoridades do país ao desembarcar no aeroporto supostamente com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Lá, o tráfico é punido com pena de morte.
O primo de Gularte, o advogado César Augusto Gularte de Carvalho, que coordena as estratégias de defesa do rapaz, disse ontem que Clarice e Rubens Borges Gularte, mãe e pai de Rodrigo, embarcarão entre amanhã e quarta-feira para Jacarta. Um advogado deverá acompanhá-los.
"Estamos formando uma equipe de pessoas para que, no decorrer desta semana, a família esteja com o Rodrigo, já possa visitá-lo e ocorra o início dos trabalhos [de defesa]", afirmou Carvalho.
De acordo com o primo, serão contratados dois advogados -um para atuar no Brasil e outro na Indonésia. Os nomes serão definidos pela família até amanhã.
"Os advogados seguirão duas linhas de atuação distintas. Um estará requerendo a extradição do Rodrigo e atuando para o cumprimento de acordos internacionais. O outro fará a defesa técnica, usando tudo o que for juridicamente possível na Indonésia."
A família pretende fazer um apelo para que o Ministério das Relações Exteriores do Brasil inicie negociações com autoridades indonésias para obter a deportação. Por ora, o Itamaraty assegurou apenas assistência emergencial -até alimentação, se preciso.
Desde a semana passada, o pai de Rodrigo, que mora em Brusque (SC), está em Curitiba, onde a mãe do rapaz vive com outros dois filhos. Rodrigo vivia em Florianópolis, onde cursava administração. Ele não tem antecedentes criminais, segundo a família.
Segundo a polícia, Rodrigo passou com a cocaína escondida nas pranchas pelos aeroportos de São José dos Pinhais (PR), Cumbica (SP) e Johannesburgo (África do Sul), antes de ser flagrado.
Ele é o segundo brasileiro preso ao tentar entrar com cocaína naquele país. Em junho, o instrutor de vôo livre Marco Archer Moreira, 42, foi condenado à morte por fuzilamento. Seu advogado na Indonésia recorre da sentença.
O Itamaraty informou que a Indonésia executou o primeiro estrangeiro por tráfico internacional de drogas. Era um indiano detido com uma quantidade menor de droga do que Rodrigo.


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