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Incêndio em favela destrói 100 barracos
Aproximadamente 240 pessoas ficaram desabrigadas; causa provável do fogo foi um curto-circuito
JOHANNA NUBLAT
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Um incêndio destruiu cerca
de cem barracos na favela localizada atrás do sacolão do Jardim São Carlos (Cidade A. E.
Carvalho, zona leste de SP),
deixando aproximadamente
240 desabrigados. O fogo começou por volta das 3h e só foi
controlado duas horas depois.
Ninguém se feriu, mas os moradores perderam praticamente
tudo o que possuíam.
"Não dá nem para pedir uma
roupa emprestada para o vizinho, porque também não sobrou nada do que ele tinha. Só
fiquei com o controle remoto
da televisão, que estava na minha mão na hora", lamentou
Edna Cardoso, 41.
A hipótese mais provável é
que um curto-circuito tenha
causado o incêndio. Moradores
do local disseram que foi no
barraco do cobrador de perua
Rodrigo Porteiro, 19, onde tudo
começou. "Foi no meu barraco.
Acordei com gente chamando
meu nome do lado de fora.
Quando vi, tinha fogo no meu
colchão. Só salvei minha vida."
A intenção da subprefeitura
de São Miguel era levar os desabrigados para um sacolão desativado, mas houve resistência
por parte dos moradores. A
maioria preferiu ir para a casa
de parentes e amigos.
"Não podemos incentivar a
reocupação da área, é melhor
que as pessoas se dirijam ao
abrigo. Certamente, muitas delas terão melhores condições
de moradia lá do que aqui", disse o subprefeito de São Miguel,
Décio José Ventura.
A ajudante de serviços gerais
Marisete Ferraz, 28, discorda.
"Ir para o abrigo pra quê? Pra
passar mais necessidade que na
favela? Todo mundo tem direito de morar num lugar digno,
não quero usar o mesmo banheiro que 500 pessoas", disse.
De acordo com o supervisor
de habitação da subprefeitura,
Geraldo Malta, há seis chuveiros no abrigo, e, se for necessário, outros poderiam ser instalados. Ele também garantiu que
haverá transporte para as
crianças. Apesar disso, os moradores insistiram em permanecer no local, limpando o terreno e já se preparando para reconstruir os barracos.
Segundo a prefeitura, as famílias serão cadastradas em
programas habitacionais. Ainda de acordo com a prefeitura,
existe a possibilidade de que,
futuramente, elas sejam assentadas no mesmo local.
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