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MULHER
Serviço jurídico começa hoje
Crescem denúncias de violência doméstica
DA REPORTAGEM LOCAL
Mulheres paulistanas vítimas
de violência doméstica passaram
a denunciar mais seus agressores.
O número de denúncias na cidade
de São Paulo cresceu 15% em relação a espancamentos e 28% nos
casos de ameaça no primeiro semestre de 2002, em comparação
ao mesmo período de 2001.
O espancamento -lesão corporal dolosa- e a ameaça lideram as ocorrências registradas
nas DDMs (Delegacias de Defesa
da Mulher).
Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, 7.489
paulistanas procuraram as delegacias especializadas de janeiro a
junho deste ano para afirmar que
foram espancadas por seus companheiros, contra 6.490 vítimas
registradas no mesmo período do
ano passado.
Pelo mesmo levantamento,
7.432 paulistanas alegaram terem
sido ameaçadas, contra 5.795 notificações em 2001.
Em relação a esses dois crimes,
o crescimento de notificações no
Estado de São Paulo foi de 4,2%
por espancamento, e 15,4% por
ameaça.
Segundo Márcia Salgado, do setor técnico de apoio às DDMs, o
aumento de casos tem de ser interpretado como um crescimento
de notificações, e não como uma
explosão da violência doméstica.
"As mulheres estão criando coragem para denunciar", afirmou.
O aumento das estatísticas foi
um dos motivos de um novo convênio entre a OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil) de São Paulo, a Procuradoria Geral do Estado e a Secretaria da Segurança Pública, que entra em vigor a partir
de hoje em três delegacias especializadas da capital paulista.
As DDMs de Santo Amaro (zona sul), Itaquera e São Miguel
Paulista (ambas na zona leste) vão
contar com advogados para assessorar as vítimas de violência.
Segundo a advogada Maria das
Graças Perera de Mello, presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB/SP, a intenção é poder orientar a mulher depois da
denúncia.
Entre as medidas previstas, estão uma possível ação para afastar
o agressor da casa da família, discussão sobre a guarda dos filhos,
separação judicial, pedido de
pensão alimentícia e até ingresso
em uma programa de proteção do
Estado.
"Com isso, a mulher fica mais
segura para denunciar", disse
Maria das Graças.
Pelo convênio, dois advogados
vão estar à disposição das vítimas
durante o funcionamento das
DDMs -de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. A intenção é que
os advogados assessorem as vítimas até o final das possíveis ações
judiciais.
"Muitas vezes, a mulher denuncia o companheiro e não tem o
que fazer senão voltar para casa,
para ser agredida novamente",
afirmou Maria das Graças.
O convênio deve ser estendido
para mais quatro delegacias até o
final do ano -a capital possuiu
nove DDMs. A intenção, a longo
prazo, é atingir as 125 DDMs no
Estado de São Paulo.
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