|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
Volume de chuva estimado em 24 horas é recorde desde 1963
DA REPORTAGEM LOCAL
Em menos de um mês, a cidade de São Paulo conseguiu bater dois recordes opostos.
Em 14 de agosto, registrou o
menor índice de umidade relativa do ar, igual à média do deserto do Saara.
Agora, tem o maior volume
de chuva em um período de 24
horas -segundo projeção feita
ontem pelo Inmet (Instituto
Nacional de Meteorologia) para o acumulado de chuva entre
as 9h de ontem e as 9h de hoje.
Desde que o Inmet iniciou
suas medições na capital paulista, em 1963, nunca haviam sido registradas taxas como essas
no município.
Segundo o órgão, até as 17h
de ontem havia chovido cerca
de 70 mm no mirante de Santana (zona norte) -o máximo esperado para todo o mês de outubro são 88 mm. Até agora, a
estimativa do acumulado neste
mês é de 141 mm.
Para a meteorologista do Inmet Ester Regina Ito, os recordes paulistanos, tanto de baixa
umidade do ar quanto de chuva, não podem ser explicados
por fenômenos climáticos como El Niño, La Niña ou pelo
aquecimento global.
"Essas relações levam anos
para ser comprovadas e ainda
assim são muito polêmicas",
disse a meteorologista.
Até agora, a única certeza dos
meteorologistas é que a tempestade de ontem foi provocada pela frente fria que está no
sul do país.
O meteorologista Flávio Verame, do Inmet da região sul,
explica que as chuvas desta
época são motivadas pela umidade que evapora da Amazônia
e que não encontra ali condições para precipitação.
Essa umidade então se desloca para o sul, provocando chuvas na Bolívia, Paraguai, norte
da Argentina e sul do Brasil.
Ontem, houve registros de
tempestades, com ventos fortes e granizo, no nordeste da
Argentina, além de Uruguai e
Paraguai. Na Argentina, ocorreram dez mortes.
A formação de frente fria reforça a umidade, potencializando as chuvas que costumam ser
acompanhadas de fortes ventos. Novo Horizonte, em Santa
Catarina, registrou rajadas de
130 km/h, recorde da região.
Mais chuva
Apesar de essa frente fria estar se deslocando da região sul
para São Paulo, os ventos não
chegarão à capital com a mesma intensidade que provocou
desabamentos e mortes em
Santa Catarina, Paraná e Rio
Grande do Sul.
O volume da chuva também
deve diminuir nos próximos
dias, embora continue chovendo pelo menos até amanhã.
Texto Anterior: Moradores sentiram-se em filme de horror Próximo Texto: Chuva causa congestionamento, alaga marginais e libera rodízio Índice
|