São Paulo, quarta-feira, 09 de setembro de 2009

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Volume de chuva estimado em 24 horas é recorde desde 1963

DA REPORTAGEM LOCAL

Em menos de um mês, a cidade de São Paulo conseguiu bater dois recordes opostos.
Em 14 de agosto, registrou o menor índice de umidade relativa do ar, igual à média do deserto do Saara.
Agora, tem o maior volume de chuva em um período de 24 horas -segundo projeção feita ontem pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) para o acumulado de chuva entre as 9h de ontem e as 9h de hoje.
Desde que o Inmet iniciou suas medições na capital paulista, em 1963, nunca haviam sido registradas taxas como essas no município.
Segundo o órgão, até as 17h de ontem havia chovido cerca de 70 mm no mirante de Santana (zona norte) -o máximo esperado para todo o mês de outubro são 88 mm. Até agora, a estimativa do acumulado neste mês é de 141 mm.
Para a meteorologista do Inmet Ester Regina Ito, os recordes paulistanos, tanto de baixa umidade do ar quanto de chuva, não podem ser explicados por fenômenos climáticos como El Niño, La Niña ou pelo aquecimento global.
"Essas relações levam anos para ser comprovadas e ainda assim são muito polêmicas", disse a meteorologista.
Até agora, a única certeza dos meteorologistas é que a tempestade de ontem foi provocada pela frente fria que está no sul do país.
O meteorologista Flávio Verame, do Inmet da região sul, explica que as chuvas desta época são motivadas pela umidade que evapora da Amazônia e que não encontra ali condições para precipitação.
Essa umidade então se desloca para o sul, provocando chuvas na Bolívia, Paraguai, norte da Argentina e sul do Brasil.
Ontem, houve registros de tempestades, com ventos fortes e granizo, no nordeste da Argentina, além de Uruguai e Paraguai. Na Argentina, ocorreram dez mortes.
A formação de frente fria reforça a umidade, potencializando as chuvas que costumam ser acompanhadas de fortes ventos. Novo Horizonte, em Santa Catarina, registrou rajadas de 130 km/h, recorde da região.

Mais chuva
Apesar de essa frente fria estar se deslocando da região sul para São Paulo, os ventos não chegarão à capital com a mesma intensidade que provocou desabamentos e mortes em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
O volume da chuva também deve diminuir nos próximos dias, embora continue chovendo pelo menos até amanhã.


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