São Paulo, quarta, 9 de setembro de 1998

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Janela de ônibus foi a salvação

da Folha Campinas

O comerciante Osvando de Moura, 52, disse que prestou socorro às pessoas que estavam saltando pelas janelas do ônibus para conseguir se salvar.
"Vi várias senhoras que caíram e gritavam. Eu disse que ia doer, mas que eu não ia deixá-las queimando", afirmou o comerciante.
Segundo ele, que estava no segundo ônibus envolvido no acidente, a única saída era a janela do ônibus. Ele disse que houve correria e pânico dentro do ônibus. "Não tinha espaço para abrir a janela de emergência", disse.
Segundo o estudante Eduardo Modesto de Moura, 15, deu tempo somente de ver outras pessoas pulando e ir atrás. Ele queimou seus dois braços e a cabeça porque, ao cair no chão, apoiou o braço no mato do canteiro central da estrada, que estava em chamas. "Acho que fui o último a sair", disse.
O representante comercial João Vaz, 30, disse que os passageiros da romaria quebraram as janelas para conseguir fugir. "Foi coisa de cinema, porque eu fiquei lá assistindo e não podia fazer nada."
O motorista Luís Carlos Sales, um dos sobreviventes da romaria, disse que se salvou por sorte. Ele dormia no porta-bagagens quando houve o acidente. Ele fez revezamento com outro motorista.
"Um homem começou a bater na porta e tentar abrir porque ele queria alguma coisa de ferro para quebrar as janelas para as pessoas saírem. Foi aí que eu acordei e comecei a tentar salvar as pessoas", afirmou o motorista.



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