São Paulo, quarta, 9 de setembro de 1998

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FERIADO TRÁGICO
Diretor do Instituto de Criminalística afirma que é possível que não se descubra causa da tragédia
Alta velocidade e freada não causaram acidente, diz Instituto de Criminalística

da Reportagem Local

O Instituto de Criminalística (IC) descartou a hipótese de o acidente ter sido causado por excesso de velocidade do caminhão ou por uma freada brusca causada, por exemplo, após uma fechada de um outro veículo.
Segundo o diretor do IC, Valdir Santoro, não há marcas de pneu na estrada e o local do acidente, uma subida, não permitiria ao caminhão atingir alta velocidade. "O veículo estava carregado e em um aclive. Não dá para falar em alta velocidade", disse.
Segundo Santoro, o laudo sobre o acidente, que deve reconstituir tudo o que ocorreu na madrugada da tragédia, deve ficar pronto em até 20 dias, mas é possível que não esclareça as causas do desastre.
"Por causa das condições em que ficaram os veículos, principalmente o caminhão, é possível que não se chegue à causa do acidente", disse Santoro.
O fogo destruiu completamente o caminhão. Entre as pistas que foram inutilizadas para a perícia estão o tacógrafo, que registra a velocidade ao longo da viagem, o sistema de freios, que poderia indicar um defeito, e o estado de conservação dos pneus, completamente consumidos pelo incêndio.
O diretor do IC afirmou ser possível que o motorista do caminhão tenha dormido ao volante e saído da estrada. "Mas, se foi isso que aconteceu, nunca vamos saber."
Restou pouco material para o IC examinar, disse Santoro. Será analisado o tanque de combustível que o caminhão transportava e que continha 6 mil litros de gasolina e 26 mil litros de óleo diesel.
O exame pretende descobrir se o impacto foi maior que a capacidade de resistência do tanque ou se ele estava em más condições.
Além disso, os peritos fizeram fotos do local do acidente de vários ângulos para determinar a trajetória dos veículos.
A hipótese de alta velocidade foi descartada também pela Polícia Militar Rodoviária. Segundo o capitão Valdeci Donizete Coleta, comandante da Polícia Rodoviária de Rio Claro, nunca houve acidente naquele trecho da estrada. Coleta trabalha no local há nove anos.



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